Inflação de roupas desacelera em julho

Inflação de roupas desacelera em julho

Ainda assim, vestuário acumula alta que ultrapassa 10% em sete meses.

Inflação de roupas desacelera em julho

Depois de dois meses seguidos apresentando a maior variação entre os nove grupos monitorados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para calcular o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação de moda, assim como a de roupas, desacelera em julho. Os preços dos artigos de moda avançaram 0,58% de um mês para o outro, bem menos que o 1,67% de junho. Também a inflação de roupas perdeu a intensidade em julho, com aumento de 0,43%, ante o 1,97% de junho.

“A gente teve uma queda muito forte no preço do algodão, que é uma das principais matérias-primas da indústria têxtil, no final de junho”, declarou o gerente da pesquisa para formação do IPCA, Pedro Kislanov, em comunicado do IBGE ao mercado, para explicar a desaceleração em vestuário.

As roupas masculinas ficaram 0,65% mais caras em julho – em junho o índice fora de 2,19%. Da mesma forma, a inflação de roupas femininas desacelera em julho. Passou de 2% em junho para 0,41% em julho.

Os preços das roupas infantis ficaram estáveis em julho, com pequena variação positiva de 0,05%, depois do aumento de 1,49% em junho.

Por sua vez, calçados e acessórios subiram 1,05%; joias e bijuterias aumentaram 0,22%; tecidos e armarinhos avançaram 0,64%.

QUEDA EM JULHO

Conforme o IBGE, a desaceleração dos preços do grupo Vestuário (composto de roupas, calçados e acessórios, joias e bijuterias, tecidos e armarinhos) contribuiu para a queda da inflação mensal brasileira, que recuou 0,68% em relação a junho. Trata-se da primeira variação negativa desde janeiro de 2021. “Foi a menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980”, afirma o IBGE sobre o índice de julho, em relatório que acompanha a pesquisa.

Mas foram dois grupos que puxaram o resultado para baixo: transportes (-4,51%), em função do corte nos preços da gasolina; e habitação (-1,05%), influenciado pela redução na conta de energia elétrica.

INFLAÇÃO DO ANO

Nos primeiros sete meses do ano, a inflação acumulada de roupas subiu para 10,62%, mais que o dobro da inflação oficial brasileira para o período (4,77%).

Os preços das roupas de adultos exercem a maior pressão. De janeiro a julho, as roupas masculinas encareceram 11,81%, quando comparadas aos sete primeiros meses de 2021. As roupas femininas acumulam inflação de 11,32%.

Mesmo menor, as roupas infantis com 6,94% de alta acumulada em sete meses ficaram acima da inflação oficial para o período (4,77%).

Todos os itens que formam a cesta que o IBGE chama de Vestuário acumulam alta de janeiro a julho.

Calçados e acessórios ficaram acima da inflação oficial, acumulando alta de 9,44% em sete meses.

A categoria de tecidos e armarinhos subiu 6,05% no ano até julho, enquanto joias e bijuterias acumulam reajuste de 1,35% no período.

INFLAÇÃO EM 12 MESES

Mesmo com a queda de julho, a inflação oficial brasileira registra alta de 10,07% nos últimos 12 meses.

Do grupo Vestuário, apenas os preços de joias e bijuterias ficam abaixo desse patamar. Acumulam alta de 4% em 12 meses até julho.

Os demais produtos do grupo ultrapassaram a inflação de 12 meses: tecidos e armarinhos, com 10,31%; calçados e acessórios, com alta de 15,76%.

Em 12 meses, a inflação de roupas sobe 18,16%. Roupas masculinas pressionam ao acumularem 20,18% de inflação até julho.

As roupas femininas registram inflação em 12 meses de 18,30%, e as roupas infantis, de 14,22%.

Assim, o grupo Vestuário manteve o comportamento dos preços acima do patamar da inflação oficial, com alta acumulada em 12 meses de 16,67%.

INFLAÇÃO ACUMULADA NAS CAPITAIS

Até julho, piorou a inflação de moda e de roupas acumulada entre as 16 capitais que são tratadas como destaque na pesquisa do IBGE. No primeiro semestre, cinco cidades registravam inflação de moda acima de 10%. Com os dados de julho, são seis.

Em roupas, de seis capitais ultrapassando 10% de inflação acumulada no primeiro semestre passaram a nove em sete meses. Salvador e Aracaju continuaram como as cidades mais caras para comprar roupas e outros artigos de moda no período.

Já a análise dos últimos 12 meses até julho mostra também que a inflação de moda e de roupas desacelera, apesar de ainda bastante alta. Salvador permanece com inflação de roupas acumulada em 30% em 12 meses, três vezes mais que a inflação brasileira para o período.

NAVEGUE PELOS GRÁFICOS

Produzidos pelo GBLjeans, os gráficos interativos mostram a inflação mensal em 2022 em moda, que o IBGE chama de grupo Vestuário, comparada à inflação oficial brasileira.

Em levantamento especial, o GBLjeans acompanha o IPCA de roupas, dividido em masculinas, femininas e infantis. Mostra ainda a variação de calçados e acessórios, tecidos vendidos no varejo, joias e bijuterias.

A sequência de gráficos inclui a variação acumulada de moda e roupas em relação à inflação oficial no ano e nos últimos 12 meses.

Outro gráfico informa a variação acumulada de moda e roupas no ano em 16 capitais. Também indica a inflação acumulada de moda e roupas nessas cidades em 12 meses.