Mercado brasileiro dá sinais de recuperação

Produção de calças jeans deve aumentar 5,3%, em 2007, alcançando 212,2 milhões de peças

 A retração experimentada pelo mercado brasileiro de jeans em 2006 tende a ser superada a partir deste ano. A produção de calças, que caiu 5,3%, deve encerrar 2007 com crescimento de 3,5%, refletindo o aumento de consumo que impulsionou a produção de vestuário em geral no Brasil. A expansão do mercado interno, contudo, não foi suficiente para interromper os ajustes de produção aplicados pela indústria têxtil, que reduziu o volume em 2006 em 1,8% e prevê cortar 1,1%, em 2007, em função da queda nas vendas externas.

 

“No segmento de tecido índigo, estamos observando dois efeitos importantes. Ao mesmo tempo em que houve redução da produção local, teve também realocação de investimentos. Grandes produtores de tecido índigo direcionaram para o mercado externo investimentos antes destinados ao mercado interno”, observa Marcelo Prado, presidente do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial). A empresa acaba de atualizar os dados do Estudo do Mercado Potencial para Tecidos Índigo, Sarjas e Telas de Algodão no Brasil.

 

O levantamento mostra que as exportações de denim caíram numa proporção maior que a redução da produção. Em 2006, as vendas externas das tecelagens brasileiras somaram 34,5 mil toneladas, avaliadas em US$ 139,6 milhões. O resultado representou queda de cerca de 9% em relação a 2005. Para 2007, os analistas do Iemi prevêem recuo de 15% nos embarques.

 

Em termos percentuais, há dois anos, as exportações representavam quase 18% frente à produção de 212,4 mil toneladas de denim. Em 2006, essa participação diminuiu para 16,5% e, este ano, não deverá ultrapassar 14% de um total de 206,3 mil toneladas.

 

O mercado interno é o grande comprador e vem reagindo. Os dados do Iemi revelam que, no ano passado, a produção nacional de calças jeans caiu para 205 milhões de peças. A recuperação estimada para este ano elevará o volume para 212,2 milhões de calças, ainda assim abaixo da marca de 216,5 milhões de unidades produzidas em 2005.

 

O volume de importação de calças é considerado pequeno. Em 2005, correspondia a 2,8% da produção; aumentou para 4,1%, em 2006; e em 2007, a previsão é ficar em 2,2%. Em compensação, o valor unitário das calças importadas aumentou. Há dois anos, foram internados 6,1 milhões de calças, ao preço de US$ 2,8 cada uma. No ano passado, esse valor subiu para US$ 3,9, para alcançar US$ 6,3 em 2007. Quase metade das calças são vendidas pela China.

 

Produção Nacional

 

*2007: projeção

 

fonte: Iemi