O IPP continua com variação positiva em têxteis e vestuário, a despeito do comércio físico fechado devido à pandemia de covid-19.
Os preços das indústrias de têxteis e vestuário continuaram a subir em abril. A paradeira das fábricas provocada pelo fechamento do comércio devido à pandemia de covid-19 não interrompeu os reajustes para cima do IPP (Índice de Preços ao Produtor). E, assim, a indústria de artigos têxteis completa um ciclo de nove meses de aumentos contínuos. Os preços de fábrica subiram0,95% sobre março, ainda que o reajuste tenha perdido força em relação aos dois meses anteriores. As vendas de produtos acabados, como toalhas, e aviamentos, como elásticos, impulsionaram os preços maiores no segmento têxtil. Já tecidos de algodão e malha ficaram mais baratos na passagem para abril.
Depois da queda de fevereiro, atribuída ao cenário de promoções para troca de coleção, as confecções de roupas aumentaram os preços de atacado. Em abril, porém, a variação foi pequena, conforme dados da pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IPP da atividade teve aumento de 0,04% sobre março, mês no qual o reajuste foi de 1,98%, um dos maiores dos últimos doze meses da categoria. As vendas de tops, sobretudo de malha, sustentam os reajustes. Seja por causa da chegada do inverno ou pelo look ‘da cintura para cima’, caíram os preços de produtos como bermudas e shorts.
O IPP geral também teve variação positiva. Subiu 0,12% em abril contra março, puxado pela alta dos alimentos (2,09%), categoria que tem forte influência na formação dos preços. A pesquisa assinala que o aumento não foi maior devido à forte queda no preço dos derivados de petróleo (-20,09%).
Os reajustes para cima da indústria como um todo foram influenciados pela enorme alta do dólar. Das 24 atividades monitoradas pela pesquisa, 20 apresentaram aumento de preços.
ACUMULADO DO ANO E COMPARAÇÃO COM ABRIL DE 2019
O acumulado do ano dos dois setores de moda permanece, assim, positivo. Têxtil com alta de 3,84% de janeiro a abril sobre igual período de 2019. Vestuário acumula aumento de 2,46%. O índice dos dois segmentos ficou acima do IPP geral, que acumulou aumento de 2,13% até abril sobre 2019.
O confronto com abril de 2019 mostra que os reajustes das confecções de roupas encolheram. A pesquisa registra queda de 1,67%. Já a indústria têxtil mantém o viés de alta, com preços 4,55% maiores que em abril de 2019. Na mesma comparação, o IPP geral subiu 4,79%.