Como previsto, as atividades industriais de têxteis e de vestuário continuaram a cair e de forma ainda mais severa que em março.
Primeiro mês completo da quarentena pela covid-19, abril registrou a queda mais severa já registrada pela indústria brasileira. O recuo geral de 18,8% entre todas as atividades industriais é o maior desde 2002, quando teve início a série histórica do indicador, afirmou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF), os setores de têxteis e vestuário continuam entre os mais afetados pelos efeitos da pandemia, que provocou o fechamento do comércio não-essencial.
As confecções de roupas enfrentaram pelo segundo mês consecutivo taxa de variação negativa próxima dos 40%. Caiu 37,5% em abril sobre março, quando o declínio foi de 37,9%. Se em março, a indústria de produtos têxteis produziu 20% a menos, em abril, a redução atingiu 38,6%.
ACUMULADO DO ANO E SOBRE ABRIL DE 2019
Sob quaisquer pontos de comparação, o resultado permanece negativo. O confronto com abril de 2019 mostra retrocesso de 27,2% para a indústria em geral. A variação negativa em vestuário foi a menos 64,9% nesse confronto, enquanto em têxteis foi a menos 51,3%.
Em função desses fracos resultados, piorou o acumulado do ano, que entrou em queda desde fevereiro. A indústria de vestuário acumula perda de ritmo de 26,1%. A de têxteis caiu 14,6% entre janeiro e abril. O indicador da indústria em geral acumulou queda de 8,2% nos primeiros quatro meses do ano em relação a igual período do ano passado.
RESULTADO DE MAIO DA GS1 MANTÉM QUEDA ACUMULADA
Ainda que o indicador da GS1 Brasil para maio revela certa movimentação das indústrias dos setores têxtil e de vestuário com intenção de lançamento de produtos, a fotografia geral continua embaçada. Segundo a pesquisa da GS1 Brasil que acompanha a atividade industrial de acordo com os pedidos de registro de novos produtos recebidos pela entidade, as solicitações acumulam queda de 27,4% até maio entre as confecções de roupas. Os pedidos das indústrias de têxteis encolheram 42,1% nos primeiros quatro meses de 2020 sobre igual período do ano passado.