Iemi estima queda ainda em 2022, com recuperação parcial a partir de 2023.
Dados de 2021 divulgados pelo Iemi mostram que a produção de jeans não voltou ao patamar de 2019, último ano antes da pandemia de covid-19, e que concentrou o maior volume desde 2017. Com a apuração de 2022 em reta final, o Iemi prevê queda de produção em 2022, com recuperação parcial a partir de 2023, no varejo, para depois refletir na indústria em 2024.
A análise é de Marcelo Prado, diretor do Iemi, que participou de evento online organizado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) para discutir o panorama do denim no Brasil.
De acordo com ele, a pesquisa preliminar do Iemi aponta para baixa de 5,3% em 2022 para a produção têxtil e de confecção de vestuário de modo geral. Ele destaca que o recuo em jeans pode ser menor, como geralmente ocorre. Mas não diz quanto, estimando a divulgação dos resultados para abril.
Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) registraram panorama bem mais difícil para 2022. Conforme a pesquisa, o IBGE anota em 2022 queda de 12,8% na produção têxtil e baixa de 8,4% na produção de vestuário.
DADOS DE 2021
O Iemi apurou que em 2021 o Brasil produziu 304 milhões de peças jeans, volume 6,3% acima de 2020. Assim, a produção de jeans não voltou ao patamar de 2019, quando registrou 341 milhões de peças, ficando 10,85% abaixo.
Ao mesmo tempo, a análise do Iemi já mostrava os efeitos da escalada inflacionária sobre o valor da produção. Em 2021, o valor da produção de jeans foi a R$14,2 bilhões, 13,3% maior que em 2020 e muito próximo dos R$14,4 bilhões de 2019.
Prado ressaltou que o preço médio da calça jeans vendida no varejo em 2021 foi de R$85, entre produtos nacionais e importados. O preço médio subiu para R$100 em 2022, diz. O aumento estimado de 17% está em linha com a inflação de roupas calculada pelo IBGE, de 19,75% em 2022.
Sobre a produção de tecido, a pesquisa do Iemi assinala 167 mil toneladas de denim em 2021 e de 165 mil toneladas de sarja. Novamente, no período de 2017 a 2021, 2019 foi o pico, com 177 mil toneladas de denim e 162 mil toneladas de sarja.