Acompanhe os resultados do balanço de Renner, Riachuelo, Marisa e Hering no primeiro trimestre; todas mantêm planos de expansão para 2012
Os dias de calor que se estenderam quase até fim de abril e a economia que anda balançando por conta dos abalos provocados pela crise europeia e pela desaceleração de crescimento da China afetaram o desempenho de três grandes redes de varejo – Renner, Marisa e Riachuelo. Os melhores resultados do primeiro trimestre de 2012 foram registrados pela Hering.
As quatro registraram aumento de receita líquida e todas apuraram lucro líquido. Mas, ao contrário de seus concorrentes, o lucro líquido da Hering cresceu 37,6% em relação ao período de janeiro a março de 2011. A receita líquida apresentou taxa de expansão menor, com crescimento de 17,64%, sobre igual período do ano passado.
O desempenho mais fraco foi das lojas Marisa. O lucro líquido que já havia recuado em 2011, continuou a cair. No primeiro trimestre de 2012, o recuo foi de 98,7% sobre os R$ 36 milhões obtidos de janeiro a março de 2011, fechando o período com parcos R$ 400 mil de lucro líquido. A receita líquida também apresentou resultados modestos em relação aos concorrentes, com aumento de 5,2%.
Ao anunciar o balanço do trimestre, a Renner enxerga período de retomada do crescimento. Avalia que o aumento de 19,6% na receita líquida foi sustentado pela boa aceitação das coleções por parte do consumidor. “E que as de janeiro e fevereiro foram até maiores que o esperado”, afirma em relatório ao mercado. Março, porém, apresentou redução do ritmo inicial. O lucro líquido do período recuou 25% em relação ao obtido no primeiro trimestre de 2011.
Também a Riachuelo lucrou menos. O lucro líquido foi 14,2% menor que os resultados apurados de janeiro a março de 2011. Em compensação, a receita líquida subiu 19% sobre igual período. Os resultados são explicados pelo “cenário ainda desafiador”, por carregar “nível de estoque acima do ideal ao final de 2011” e pelo ajuste no mix de produtos, com a incorporação de itens mais elaborados.
Planos mantidos
Todas as quatro redes mantiveram as projeções traçadas ao final de 2011 para o ano seguinte. Delas, a Renner foi a que mais investiu no período. Aplicou R$ 69,2 milhões, dos quais R$ 23,7 milhões com a abertura de lojas. O plano é abrir outras 28 até o final do ano, entre tradicionais e compactas.
Da mesma forma, a Riachuelo comunicou ao mercado que mantém a decisão de abrir 30 novas lojas ao longo de 2012. No primeiro trimestre, não abriu nenhuma. Porém, em abril inaugurou duas, uma no Pará, no Parque Shopping Belém, e outra no Rio Grande do Sul, no Bourbon Shopping Wallig. Os investimentos no período somaram R$ 33,6 milhões, dos quais R$ 25,6 milhões destinados à Riachuelo e os outros R$ 8 milhões para a Guararapes.
A Hering afirma “permanecer otimista em relação às perspectivas para o segundo trimestre de 2012”, reiterando a meta de abrir 75 lojas Hering Store e 20 Hering Kids, conforme anunciou no balanço de 2011. O investimento de janeiro a março atingiu R$ 7,4 milhões, dos quais R$ 2,3 milhões para a área industrial e R$ 3,8 milhões para a área de TI (tecnologia da informação).
Segundo a Marisa, a coleção de inverno foi bem recebida a partir de março, situação que daria boas perspectivas para o próximo trimestre. Os planos são de aplicar novo layout em 40 lojas da rede até maio, de forma a privilegiar categorias de produtos com maior venda por metro quadrado. No primeiro trimestre iniciou a venda de calçados, como estava previsto. Ao final de 2011, a Marisa informou ao mercado a meta de abrir 33 lojas, das quais 21 já estariam contratadas.