Vendas caíram em novembro, seguindo trajetória oposta ao comércio brasileiro em geral que acumula sete meses de crescimento.
Nem as promoções da Black Friday, que impulsionaram os resultados do varejo de moda em 2018, ajudaram a atividade em 2019. E as lojas de roupas, tecidos e calçados encerraram novembro com baixa de 0,2% nos negócios. O recuo anulou a pequena alta de outubro em volume de vendas (0,2%), mostra a Pesquisa Mensal de Comércio. Os resultados da PMC foram divulgados na manhã de ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em tentativa de reposição de preços, a receita nominal do comércio de moda subiu 0,2%.
O segmento pouco tem acompanhado o desempenho do comércio brasileiro em geral. Com vendas que avançaram 0,6% em novembro, o varejo nacional acumula sete meses seguidos de crescimento. “Isso mostra que o setor vem mantendo a recuperação”, declarou a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes, em comunicado ao mercado. A receita nominal do comércio em geral subiu 0,9% em novembro. Das oito atividades analisadas pela pesquisa, quatro cresceram em vendas no mês, três caíram e uma ficou estável.
ACUMULADO ATÉ NOVEMBRO
Mesmo com a queda no volume de vendas em novembro, o varejo de moda mantém o acumulado do ano próximo da estabilidade. Registrou discreto avanço de 0,2% sobre os mesmos 11 meses de 2018. Já a receita nominal vem positiva desde abril, como mostra a pesquisa do IBGE. O acumulado de janeiro a novembro registrou alta de 0,9%.
Apesar do crescimento, o varejo de moda está abaixo dos resultados do comércio brasileiro como um todo. Até novembro, o setor acumulou alta de 1,7% em volume de vendas e de 4,7% em receita nominal. Ultrapassou, assim, a inflação oficial que até novembro ficou em 3,12%.
Para verificar a variação mensal dos resultados em 2019 do varejo de moda comparado ao comércio em geral, consulte o gráfico e tabela abaixo.
DESEMPENHO DE 12 ESTADOS
Ao longo de 2019, o desempenho entre os 12 estados que formam o grupo de destaque da pesquisa de comércio do IBGE ficou dividido. Com metade deles em queda de vendas e a outra metade com crescimento acumulado no ano. Desde maio, o varejo de moda do Rio Grande do Sul é o que mais cresce. De janeiro a novembro, as lojas do estado acumularam alta de 9% em volume de vendas e de 8,8% em receita nominal. Corresponde a resultado muito bom quando se observa que o comércio em geral do estado desacelerou. No mesmo período, subiu 1,2% em volume e 3,9% em receita, na comparação com o período de janeiro a novembro de 2018.
Também o Espírito Santo continua aquecido entre as lojas de roupas, tecidos e calçados. Acumula expansão de 8,1% em volume e de 9,2% em receita. Diante do comércio em geral que teve alta de 5% em volume e 8,5% em receita.
Minas Gerais permanece como o varejo de moda que mais sofreu ao longo de 2019. O recuo em volume até novembro acumula redução de 4,4% sobre os mesmos 11 meses de 2018 e declínio também de 4,4% na receita no período.
Para observar o desempenho dos demais nove estados do grupo consulte a tabela abaixo.