Pesquisa da CNC mostra que a crise provocada pela covid-19 fechou 17% dos estabelecimentos que funcionavam antes da pandemia.
Por causa da crise provocada pela covid-19, o Brasil viu fecharem 10% dos estabelecimentos comerciais que tinha antes da pandemia. Atividade mais afetada, o varejo de roupas perde 34,5 mil lojas entre abril e junho. Esse saldo negativo representa 17% das lojas que funcionavam no primeiro trimestre do ano, antes da pandemia, mostra pesquisa da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo).
De acordo com o levantamento, no total, o país perdeu 135,2 mil lojas. Ou seja, pré-pandemia, o comércio contava com 1,352 milhão de pontos de venda de varejo. A pesquisa considera apenas os estabelecimentos comerciais com vínculos empregatícios. No caso do varejo de moda, que inclui vestuário, calçados e tecidos, pela pesquisa, no Brasil operavam 203 mil lojas até final de março.
A quantidade de lojas fechadas no segundo trimestre tende a afetar o volume de vendas. Quando comparado ao faturamento do primeiro trimestre, a queda é abrupta. E moda sendo a atividade mais prejudicada, diz a pesquisa. A estimativa da pesquisa aponta que o varejo de roupas perde 58% da receita no ano. A redução esperada para as lojas de vestuário, calçados e tecidos é a maior entre os 11 segmentos analisados.
PROJEÇÕES PARA O ANO
“Apesar do grave quadro conjuntural no segundo trimestre, o ritmo de recuperação das vendas no comércio tem surpreendido positivamente, impulsionado por fatores como a intensificação de ações de venda via e-commerce”, declarou em comunicado o presidente da CNC, José Roberto Tadros. A previsão da confederação o varejo fechar 88,7 mil lojas em 2020. Ficaria assim com 1,252 milhão de estabelecimentos em todo o país. Em volume de vendas, a entidade projeta recuo de 6,9%, em 2020.
Já estudo da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) estima que o faturamento do comércio varejista brasileiro deve terminar 2020 com queda de 6,7%. Isso levaria a receita para R$1,982 bilhão este ano. A análise indica ainda que as lojas de vestuário, tecidos e calçados serão as mais prejudicadas.
Projeta que a atividade deva faturar R$111,31 milhões em 2020. Ou seja, 25,2% a menos que o apurado em 2019.