FTC abriu ação contra compra da Capri, dona da Versace, pela Tapestry, dona da Coach.
Anunciada em agosto de 2023, a fusão milionária entre duas holdings de moda de luxo teve a conclusão bloqueada por ação do FTC (Federal Trade Commission), órgão federal dos Estados Unidos equivalente ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) no Brasil. O FTC entendeu que a compra da Capri Holdings, dona entre outras da Versace, pela Tapestry, dona de grifes como Coach, comprometeria a concorrência entre as marcas pertecentes aos dois grupos.
“Também daria à Tapestry uma cota dominante no mercado de bolsas de ‘luxo acessível’, termo cunhado pela Tapestry para descrever bolsas de couro de qualidade e artesanais a um preço acessível”, acrescentou o comunicado do FTC ao explicar a ação recomendando à Justiça Federal que negue a autorização para a transação estimada em US$8,5 bilhões.
A Capri reagiu ao bloqueio da transação afirmando que a decisão do FTC “não tem precedentes”. O comunicado da empresa ao mercado acrescenta: a “Tapestry e a Capri operam na indústria de luxo global, altamente competitiva e altamente fragmentada. Os consumidores têm centenas de opções de bolsas em todas as faixas de preço e em todos os canais, e as barreiras à entrada são baixas. Capri pretende defender vigorosamente este caso em tribunal ao lado da Tapestry e concluir a aquisição pendente”. Também afirma que defenderá nos tribunais para que a fusão miolionária esteja concluída ainda em 2024, conforme o plano original.
MARCAS DE LUXO
A transação colocaria sob o mesmo guarda-chuva seis marcas que atuam em uma ampla gama de categorias. Pelo lado da Tapestry, estão as marcas Coach, Kate Spade New York e Stuart Weitzman. Já a Capri Holdings controla Versace, Jimmy Choo e Michael Kors.
Quando do anúncio da fusão milionária, a Tapestry disse que a intenção era constituir uma holding capaz de rivalizar com as europeias Kering e LVMH.
foto: divulgação (Michael Kors)