Relatório Fibra 2014 aponta aumento de 4,4% principalmente pelo maior poder de compra das economias emergentes de Brasil, Rússia Índia e China.
O consumo mundial de fibras têxteis disparou. Em 2013, o consumo do insumo no mundo cresceu 4,4% comparado ao ano anterior, superando o aumento médio anual de 3,5%, que vinha se mantendo desde 2000. Uma das razões por trás do forte crescimento dos últimos exercícios é o maior poder de compra em economias emergentes dos países que compõem o bloco Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e contam com grandes populações, segundo o relatório Fibra 2014.
A aceleração do consumo de fibras têxteis em 2013 contrasta com o crescimento de 1,5% registrado em 2011, durante a crise financeira internacional e em um cenário de queda de consumo nos Estados Unidos e na União Européia. No total, as empresas têxteis usaram no ano passado 90,1 milhões de toneladas de fibras, o que corresponderia a consumo médio de 12,7 quilos por pessoa.
Em 2013, o comércio exterior de fibras têxteis também cresceu. Os dez principais exportadores do mundo, incluindo a União Europeia, aumentaram suas vendas em 8,1% em relação ao ano anterior, para US$ 527 bilhões.
China e Vietnã foram os países cujas exportações registaram maior crescimento. No ano passado, o gigante asiático comercializou US$ 284 bilhões, 11,4% a mais que em 2012. O Vietnã, por sua vez, aumentou as vendas em 18%, para US$ 20 bilhões, graças ao acordo de parceria Trans-Pacífico, que elimina as barreiras comerciais com os Estados Unidos.
Estados Unidos e União Europeia continuam como os principais importadores de fibras têxteis. No ano passado, as duas regiões somaram compras no valor de US$ 225 bilhões, 4,1% a mais que há um ano.
Fibras artificiais
Nesse processo, as fibras sintéticas estão ganhando espaço. Em 2013, estas fibras representaram 67% do mercado, ante 54% em 2000. A tendência é que continuem a ganhar destaque, com o impacto da nova política de algodão na China e a diferença de custos entre as fibras naturais e o poliéster, a fibra artificial mais usada.
O estudo aponta que a China está investindo pesadamente em fábricas de fibras artificiais, principalmente poliéster e náilon, o que pode levar a um excesso de capacidade produtiva. A principal consequência desse novo cenário será a manutenção dos baixos preços dessas matérias-primas.
Em 2013, a produção mundial de fibras foi de 92,3 milhões de toneladas, 2,8% a mais que no ano anterior. Fibras artificiais foram as que registraram maior crescimento, chegando a 60,3 milhões de toneladas, 6,1% a mais que em 2012. Em paralelo, a produção de fibras naturais diminuiu 3%, para 32 milhões de toneladas.