Em meio ao plano de dez anos, traçado em 2010, a indústria reafirma planos até 2020, observando aumento de custos e controle ambiental mais rígido.
O ano de 2014 é crítico para a China porque ao mesmo tempo que o país tem metas a cumprir, estabelecidas no 12º plano quinquenal (2011/2015), se prepara para formular as estratégias do setor para os próximos cinco anos (2016/2020), também a indústria se vê na metade do plano de dez anos traçado em 2010. O CNTAC (China National Textile & Apparel Council) reafirmou em seu mais recente relatório que a indústria têxtil chinesa planeja aumentar as exportações de têxteis e vestuário em 7% ao ano e aumentar o valor das exportações de fibras para US$ 400 bilhões até 2020. Alcançado este desempenho, o país dobra a produção têxtil comparado à capacidade atual.
De acordo com o relatório, a crescente demanda por fibras irá acelerar a transformação e modernização da indústria têxtil, incentivar a inovação e internacionalização das marcas, orientando o desenvolvimento industrial do país. O gasto médio da população urbana com roupas deve crescer 12,5% ao ano, e 15% em áreas rurais, ainda de acordo com o CNTAC. Em 2011, os cidadãos chineses que viviam em cidades gastaram US$ 265,8 em roupas por pessoa, aumento de quase 16% em relação ao registrado em 2010. O aumento dos gastos da população rural foi de quase 30%.
O governo chinês apresentou esses resultados com o objetivo de promover a indústria têxtil e estimular fortalecimento de marcas chinesas. De acordo com um relatório apresentado no início deste ano pelo equivalente ao ministério da indústria chinês, o governo reafirma a intenção de ter entre cinco e dez marcas reconhecidas como grifes ainda este ano, com estrutura para disputar o mercado internacional, e cem marcas fortes até 2015.
Os fabricantes chineses apontam que o aumento dos custos de produção e o controle cada vez mais rigoroso sobre o manejo ambiental por parte da indústria ainda configuram desafios relevantes para a outra metade do plano, até 2020. Uma das alternativas que começa a aparecer é a compra de ativos ou investimento direto em outros países, como Estados Unidos, para reduzir custos, com energia elétrica por exemplo, ou evitar barreiras comerciais.