Órgão que monitora o setor reviu projeções para a temporada, ainda sem levar em conta a crise de liquidez na Índia desencadeada este mês.
Em novembro, o Icac (International Cotton Advisory Committee), órgão que monitora o mercado de algodão, reviu suas projeções em torno do mercado mundial da fibra para a safra 2016/2017. A estimativa é a produção ser maior que a temporada de 2015/2016, mas, ficar abaixo da projeção original de 23 milhões de toneladas. Para a próxima safra, as análises do órgão projetam produção de 22,54 milhões de toneladas. Essa revisão não levou em conta o impacto, sobre o comércio de algodão, da crise de liquidez desencadeada este mês pelo governo da Índia, um dos maiores exportadores mundiais de algodão.
O consumo será estável em relação à estação passada, mantido a 23,81 milhões, e portanto, ainda acima da produção. Os estoques finais deverão recuar mais que na temporada passada, quando registrou a primeira redução em quatro safras. A nova previsão do Icac aponta para consumo mundial de 23,81 milhões, baixando os estoques finais para 18,10 milhões.
Conforme o relatório do Icac, mesmo com o algodão concorrendo com a cultura do milho, a produção da Índia permanecerá em 5,8 milhões de toneladas. A da China é projetada para cair 4% para 4,6 milhões de toneladas. Os preços mais altos do algodão em comparação com as culturas concorrentes no momento do plantio deverão elevar a produção dos Estados Unidos em 25% para 3,5 milhões de toneladas, aponta a análise do Icac. Também o Paquistão deverá produzir mais algodão na próxima safra, com expansão prevista de 26%, para 1,9 milhão de toneladas. “A melhoria nos rendimentos no Brasil poderia aumentar sua produção de algodão em 7% para 1,4 milhão de toneladas”, escreve o relatório de novembro. Juntos esses países sustentam quase 80% da produção mundial.
fonte: Icac