Moda em alerta: coronavírus afeta desfiles.

Milão teve Giorgio Armani fazendo transmissão online e Paris está em andamento sentindo a falta dos compradores chineses; e o vírus no Brasil.

Com o surto do coronavírus, agora chamado Covid-19, as consequências começam a afetar os negócios também na Europa. O fluxo de compradores e visitantes vindos da China já havia diminuído bastante e praticamente desapareceu nessa semana de moda de Paris que, por enquanto, não teve apresentações canceladas. Já Milão terminou um dia mais cedo, no domingo, 23 de fevereiro, como reflexo das medidas drásticas do governo italiano para conter o avanço do vírus no país. As regiões da Lombardia e Veneto foram isoladas e a Itália registra aumento de mortes em decorrência da doença.

Os dois desfiles da segunda-feira da semana de moda de Milão foram cancelados pela organização. No decorrer do evento, Armani e outras grifes já haviam optado pela transmissão online, sem convidados, nem jornalistas.

A semana de moda de Paris teve início na segunda-feira, 24 de fevereiro, e permanece com o calendário inalterado nesses dois dias. Os desfiles estão programados até 3 de março. A imprensa internacional registra, no entanto, a baixa entre compradores e turistas chineses, afetando as vendas do varejo na cidade. A Europa ocidental também já vê a produção têxtil e de roupas afetada pelo cancelamento da entrega de matéria-prima fornecida pela China.

VÍRUS NO BRASIL

O país anunciou na terça-feira, 25 de fevereiro, o primeiro caso de coronavírus confirmado. É um homem, que mora na cidade de São Paulo e esteve na região da Lombardia, norte da Itália, a trabalho, entre os dias 09 e 21 de fevereiro. De acordo com informações do ministério da Saúde, o homem chegou ao Brasil no dia 21, vindo pelo aeroporto Charles de Galle, na França. Ele buscou atendimento na terça-feira, 25 de fevereiro. Segundo nota do ministério da Saúde, o homem passa bem, apresenta sinais brandos da doença e não precisou ficar internado. Permanecerá isolado em casa.

A partir de agora as agências sanitárias e de saúde da cidade e do estado de São Paulo buscam identificar os contatos do homem, que não teve o nome revelado, em casa, no hospital e no voo de volta. O ministério da Saúde informou que as medidas de contenção da propagação do vírus são básicas e muito similares a outras doenças. Lavar bem as mãos, não compartilhar utensílios de uso pessoal como copos, talheres e toalhas.

O Brasil monitora 16 países com histórico de contaminação. Confira a lista em ordem alfabética: Alemanha; Austrália; Emirados Árabes Unidos; Filipinas; França; Irã; Itália; Malásia; Camboja; China; Coreia do Norte; Coreia do Sul; Japão; Singapura; Tailândia; e Vietnã.

O ministério afirma que “embora exista alerta para brasileiros em trânsito para esses locais, não existe recomendação de evitar viagens, como no caso da China, que está em quarentena”. Mas serão considerados casos suspeitos pessoas recém-chegadas desses países, ou que passaram por eles, e “apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar”.