Grupo de pesquisa dos Estados Unidos adicionou revestimentos isolantes para adequar o comportamento dos fios, tornando-os condutores, mas mantendo a flexibilidade do tecido.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Cornell, baseado em Ithaca, no estado de Nova York, anunciou o desenvolvimento de roupas de algodão que matam bactérias, conduzem eletricidade, evitam bactérias da malária, capturam gases nocivos e transformam fibras de camisas e vestidos em transistores. O grupo de pesquisa Fibre Science conseguiu controlar cada átomo de celulose, base do tecido de algodão, transformando as fibras em componentes eletrônicos, como transistores e sensores térmicos. Em vez de adicionar eletrônicos no tecido, eles o converteram em um componente eletrônico.
A criação de transistores e outros componentes a partir de fibras de algodão e a integração de eletrônicos aos têxteis permite a criação dos chamados computadores ou dispositivos vestíveis. Aproveitando a topografia irregular do algodão, o grupo adicionou revestimentos isolantes de nanopartículas de ouro e polímeros condutores e semicondutores para adequar o comportamento das fibras de algodão natural conseguindo manter a camada fina e a flexibilidade do tecido.
A partir dessa pesquisa foi criado um vestido usando fios de algodão condutores capazes de recarregar um iPhone. Com painéis solares ultrafinos para guarnição e um carregador USB na cintura, a roupa captura a luz do sol para carregar telefones celulares e outros dispositivos portáteis, permitindo ao usuário ficar conectado.
A tecnologia também pode ser incorporada em camisas para medir a frequência cardíaca ou analisar suor, pode ser costurada em almofadas para monitorar sinais cerebrais ou aplicados aos têxteis interativos com capacidades de aquecimento e resfriamento. A adição de um sintetizador de nanopartículas no algodão permitiu também a criação da cor na superfície da fibra sem a utilização de corantes e eliminar 99,9% de bactérias, o que pode ajudar na defesa contra gripes e outras doenças, de acordo com a equipe de pesquisa.
Outra linha de trabalho desenvolveu uma roupa com capuz em tecido incorporado com inseticidas usando um framework de moléculas orgânicas para afastar mosquitos da malária. Essa mesma tecnologia está sendo usada para criar uma máscara capaz de evitar gases tóxicos de forma seletiva.