A lavanderia italiana Martelli, que presta serviços para as grifes mais famosas do mundo, ganha espaço na mídia norte-americana
No último dia 12, o jornal norte-americano The New York Times publicou um perfil da lavanderia italiana Martelli, que é hoje o nome mais forte quando o assunto é beneficiamento com cara de destruído do jeans premium na Europa, e uma das maiores lavanderias do mundo. Combinando mão-de-obra chinesa e rigoroso controle sobre a produção, a empresa faturou US$ 140 milhões, em 2005.
Com técnicas avançadas de lavagem, a Martelli fez do jeans com o aspecto de usado uma febre nos mercados japonês, norte-americano e europeu. Giovanni Petrin, proprietário da Martelli Lavorazioni Tessili, tem em sua carteira de clientes nomes como Armani, Dolce & Gabbana, Yves Saint Laurent, Calvin Klein, Donna Karan, Levi´s, Lee, Wrangler, Gap e Zara.
O segredo do sucesso da lavanderia, é contratar operários de origem chinesa, segundo o presidente da companhia “Tentamos os romenos e os africanos, mas nenhum deles foi tão bom quanto o chinês”. A empresa conta com cerca de 9 mil funcionários, os chineses, imigrantes legais, formam maioria na linha de produção.
A Martelli conta com seis fábricas – quatro na Europa, uma na Romênia e outra na Turquia. Juntas, essas unidades produzem 120 mil peças por mês. As fábricas italianas respondem pela maior parte da produção, mas a idéia do empresário é transformar a Itália em centro de design e desenvolvimento de produto, transferindo a produção para países cujos custos industrias sejam menores.
O processo para envelhecer o jeans começa com máquinas de lavar que batem o tecido com pedras-pome, descreve o repórter. Funcionários com máscaras no rosto passam as pernas das calças sobre balões cheios, que passam mecanicamente por entre grupos de escovas de plástico que esfregam o tecido e dão a ele um visual antigo.
O aspecto desgastado é arduamente planejado e a produção não admite falhas. “Se os operários estragarem um par de jeans, pagam por ele”, revela Petrin.