Química francesa fornece o corante para a turca Orta que usa em denim para a marca de jeans Citizens of Humanity.
A companhia química francesa Pili avança na produção do corante índigo de base biológica que poderia vir a substituir, no futuro, os corantes artificiais empregados no tingimento do denim, o tecido com que se faz o jeans. Conforme a empresa, o avanço decorre da parceria com a marca de jeans americana Citizens of Humanity, que envolveu também fabricante turco de denim Orta, que usou o corante para tingir denim produzido com algodão regenerativo.
O novo produto integra a coleção de primavera 2025 da marca e que chegou ao varejo. Em 2024, a Citizens of Humanity comprou 2 toneladas do corante da Pili para fazer sua coleção cápsula de 150 mil peças de jeans, informou a empresa à Fast Company. Pelo compromisso acordado, a marca usaria mais 30 toneladas do corante da Pili até 2028, estendendo a inovação para 2,25 milhões de peças jeans, acrescenta a reportagem.
Ainda de acordo com a reportagem, a Citizens of Humanity paga o equivalente a US$1,75 em corante a cada calça jeans produzida. Valor muito superior aos corantes sintéticos à base de petróleo que custam centavos, afirmou a marca.
ESCALA INDUSTRIAL
Outras startups de química pesquisam a produção de corante índigo de base biológica a partir de bactérias como a Pili. É o caso da americana Huue e da holandesa Living Colour. Para a empresa francesa, sua vantagem é que o método que emprega na produção do corante não exige mudanças nos processos industriais dos fabricantes de denim e permite uma gama variada de tons de azul. Sendo apenas uma questão de substituição de um produto por outro.
A Pili tem sede em Toulouse e avança na produção com mais duas plantas piloto. Abriu no ano passado um laboratório químico e escritório na cidade francesa Kremlin-Bicêtre, nos arredores de Paris. Também mantém uma linha piloto funcionando em um hub de química em Roussillon, outra cidade da França.
O índigo sintético de base biológica da Pili deriva da fermentação usando açúcares não alimentares de biomassa, como cana-de-açúcar, beterraba, amido de milho e de batata.
foto: divulgação (Citizens of Humanity)