Arvind Denim, Lenzing e Levi’s usam tecnologia da TextileGenesis e a Diamond da Haelixa.
Bastante complexo, o desafio de seguir e controlar a cadeia de suprimentos e produção desde as fibras começa a avançar. Recentemente, foram anunciados dois projetos de rastreabilidade do jeans usando tecnologias diferentes. A indiana Arvind Denim fechou com a startup TextileGenesis que usa blockchain. Já projeto da paquistanesa Diamond Denim adotou a solução da Haelix baseada em DNA.
À medida que as marcas e o grande varejo investem para melhorar as credenciais de sustentabilidade não bastam os certificados. A rastreabilidade controle sobre os insumos empregados e fornecedores. E na moda do luxo serve, por exemplo, como certificado de origem para combater falsificação.
ARVIND
Com capacidade para produzir 100 milhões de metros de denim por ano, mas com operação verticalizada até a confecção de jeans, a Arvind vai usar a solução de blockchain baseada em Fibercoins digitais da TextileGenesis, para monitorar a cadeia desde a origem na fibra até o varejo.
Especializada na cadeia de vestuário, a startup TextileGenesis combina blockchain com o padrão de rastreabilidade GS1 para o setor. Por meio desse sistema, digitaliza ativos têxteis (fibras, fios, tecidos, roupas) na forma de tokens digitais Fibercoin, com patente pendente.
Ao contrário de outras soluções, não está baseada em sistemas do tipo cripto-moeda (Bitcoin ou Ethereum). A empresa diz que torna, dessa forma, mais fácil a adoção para aplicações entre empresas.
Conforme a Arvind, a TextileGenesis certifica entre 15% e 20% da oferta mundial de algodão; e 50% de viscose e 80% de liocel, mediante acordo com a Lenzing. Também trabalha com os dez maiores produtores de poliéster reciclado do mundo. Além de marcas, como a Levi’s.
“À medida que o artigo têxtil mostrará os fibercoins que ganha em cada etapa de seu processo de fabricação, sua história ficará visível para as marcas e seus clientes”, destacou Aamir Akhtar, CEO da Arvind Denim, em comunicado à imprensa.
Ele admite que o uso de sistemas dessa natureza representam custos adicionais. Resta saber até que ponto os clientes estarão dispostos a pagar mais para ter rastreabilidade.
DIAMOND
A também verticalizada Diamond Denim tem capacidade para produzir 90 milhões de metros por ano. Optou pela tecnologia da suíça Haelixa que usa um marcador de DNA exclusivo para rastrear o produto desde a origem da matéria-prima até o armazenamento, garantindo também autenticidade.
“Ao contrário das cadeias de custódia baseadas em papel ou em blockchains, as informações do produto são incorporadas ao produto, atendendo não apenas à necessidade de transparência, como também à prova da origem do produto e às alegações de sustentabilidade”, explica comunicado da Haelixa.
De acordo com a empresa, por esse sistema de DNA único é possível identificar uma marca específica, um fornecedor, uma coleção ou mesmo um lote de produção e tipo de material (por exemplo, reciclado vs não reciclado).
No primeiro projeto com a Diamond a fibra de algodão foi marcada após a abertura do fardo na fábrica da empresa na cidade de Lahore. Conduzida nos laboratórios da Haelixa na Suíça, a leitura foi feita com vestuário confeccionado com a fibra e após várias lavagens domésticas e outras etapas intermediárias de produção, explicam as empresas em comunicado à imprensa.
Como Diamond Denim está investindo fortemente para aumentar o uso de fibra reciclada, a solução da Haelixa fornecerá “prova forense para suas reivindicações relacionadas ao uso defibra reciclada”, acrescentam as empresas.
“Estamos muito felizes com nossa primeira aplicação industrial do marcador Haelixa. Assim que a produção foi concluída, enviamos às cegas amostras marcadas e não marcadas para Haelixa e suas análises provaram ser 100% precisas!”, declarou no comunicado Ali Abdullah, cofundador da Diamond, empresa do grupo Sapphire.
Para ele, a solução da Haelixa fornece “a prova irrefutável de que nosso produto realmente contém o que declaramos”, concluiu o executivo.