Em risco de falência, reestruturação da varejista, que inclui o fechamento de 33 lojas, depende de aprovação dos credores.

Por décadas, a River Island foi um dos destinos mais procurados pelos britânicos em busca de moda rápida e acessível. Também por turistas e caçadores de tendências de moda, inclusive brasileiros. Presente nas principais ruas comerciais do Reino Unido e também em dezenas de mercados internacionais, a varejista cresceu ancorada em um modelo de negócios que combinava agilidade, preço e um certo prestígio de estar “na moda”. Mas os tempos mudaram sob o peso da transformação no varejo de moda global. E a River Island enfrenta agora grave encruzilhada financeira.
Por isso, a varejista de moda colocou em curso um profundo processo de reestruturação que prevê, de saída, o fechamento de 33 lojas, em diferentes mercados, por enquanto, restritos a cidades do Reino Unido. Além de considerar cortes de cargos executivos, reformulação de áreas internas e uma revisão completa da operação de e-commerce.
Sem a aprovação desse plano até setembro de 2025, por parte dos credores, a River Island pode seguir rumo à falência diante da encruzilhada financeira que enfrenta. A empresa já recebeu recursos do grupo fundador que, no entanto, não foram suficientes para cobrir o rombo.
O plano de contenção de gastos foi assumido pela consultoria PwC para liderar um plano formal de recuperação.
OUTRAS VAREJISTAS COM PROBLEMAS
Sob o controle da família Lewis desde 1948, a River Island sucumbiu à mudança de hábitos dos consumidores jovens, seu principal público, que dá preferência a compras online. Em paralelo, o aumento dos custos operacionais pressionou a margem da empresa.
Conforme o noticiário internacional, atualmente, a varejista controla 230 lojas físicas. Não há dados oficiais sobre receita ou resultado financeiro de 2024 da empresa.
A River Island é mais uma das varejistas de moda internacionais que enfrenta problemas financeiros. No ano passado, a subsidiária nos Estados Unidos da Esprit entrou com pedido de falência, determinando encerramento de lojas físicas, enquanto a marca passou por reestruturação e migração para modelo de licenciamento.
Também nos Estados Unidos, a J.Crew pediu o equivalente à recuperação judicial em 2020, passando por reorganização financeira.
Febre do público jovem, a Topshop não resistiu aos novos tempos. A marca foi comprada pela ASOS em 2021, sem incluir a rede de lojas. No ano passado, a Asos vendeu 75% da participação na Topshop para a Heartland, grupo dono da Bestseller.
Na mesma época, a Forever 21 entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos. Foi comprada por um consórcio de empresas, mas em 2025, corre o risco de passar por nova recuperação judicial.