Com forte aumento do nível de trabalho, lavanderia avalia início do terceiro turno de operação a partir de setembro.
Há cerca de dois anos, os irmãos Helson e Sérgio Andrade, donos da lavanderia Império, viram-se diante de um impasse. Instalada em um bairro periférico da cidade de São Paulo, e espremida pelo avanço das construções ao redor, a Império já crescera para o alto em um prédio de três andares, que tornava árdua a arquitetura de produção e de expansão complicada. No início de 2014, eles decidiram fechar a Império e comprar a Acqua Doce, lavanderia que completa 20 anos em 2015, localizada em Indaiatuba, no interior de São Paulo.
Nesse ano e meio de muitas mudanças, os irmãos se mostram bastante satisfeitos com os resultados da decisão. O nível de trabalho atingiu um ponto que eles avaliam o início do terceiro turno a partir de setembro, o que elevaria a produção para ocupar quase a capacidade instalada de 500 mil peças por mês. Segundo Helson, atualmente, a produção gira em torno de 300 mil peças por mês. “E não são peças básicas; são muito bem trabalhadas”, ressalta.
A Acqua Doce ocupa área de 17 mil metros quadrados, dividida em dois prédios, na mesma rua, um de frente para o outro. Ainda em fase de reforma, o prédio menor abriga as duas máquinas de marcação a laser e ficará dedicado a outros processos de aplicação, conta Helson. Do outro lado da rua fica a estrutura principal, que de poucas mudanças precisou. Depois da reorganização, os novos donos começam a investir em inovação industrial.
Novas máquinas
Há um mês entrou em operação o novo sistema de jateamento, comprado do fabricante turco Çelik Khan. “É a primeira máquina do tipo instalada no Brasil”, afirma Helson. Em formato circular, a máquina tem 12 pares de pernas de manequim, onde são colocadas as calças que vão receber jatos para used, resina e de pigmentos. O operador fica parado e a máquina gira sozinha, de dois em dois manequins ou de quatro de quatro. No centro, fica uma cortina de água que recolhe os excessos da pulverização do produto, e associada ao esquema de exaustão não deixa cheiro ou névoa no ambiente.
A antiga sala de used será mantida para tratar shorts e camisas. Segundo Helson, com a nova máquina, dois operadores fazem o mesmo trabalho que o equivalente a oito jateadores pelo sistema tradicional. Outra vantagem, acrescenta, é que as peças que vão para a sala de used precisam ser passadas a ferro, etapa que a máquina nova dispensa, desafogando a passadoria.
Dentro de mais um mês, está previsto começar a funcionar um sistema de jato de areia de alta performance. No momento, a lavanderia está executando as obras civis para instalação do sistema. A próxima etapa será ampliar a oferta de trabalhos ainda mais diferenciados.
Estrutura automatizada
Helson destaca a moderna estrutura da Acqua Doce implantada pelos antigos donos, com muitos sistemas automatizados, que não são comuns à maioria das lavanderias brasileiras. O sistema de tratamento de água é um deles, totalmente automatizado, sendo que apenas um técnico passa uma vez por dia na casa de máquinas para controle. Começa com a captação da água despejada pelas lavadoras, que vai para uma peneira gigante, que construída com minúsculos furos retém até fiapos de linha antes de enviar o líquido para as próximas etapas de limpeza.
Depois de depurada, a água é distribuída para duas lagoas, uma com capacidade de 17 mil litros e outra de 7 mil litros, a partir da qual a água tratada é bombeada de volta para a produção. O sistema tem capacidade para tratar 85 mil litros de água por hora, diz Helson. Uma montadora de veículos da região visitou recentemente as instalações porque tem interesse em montar sistema semelhante na fábrica, conta o empresário.
Outro diferencial que ele aponta é o gerador de energia próprio, com autonomia para sustentar um dia inteiro de produção. A área de lavanderia é toda padronizada em lavadoras de 500 quilos cada uma, comandadas por CNC, de modo que as receitas são enviadas, formuladas e liberadas por computador, sem intervenção humana. Segundo Helson, da Império só foram trazidas as lavadoras com abertura frontal, mais modernas, para fazer manchados.
A estrutura conta, ainda, com duas máquinas de tingimento, uma só para malha e outra para artigos de poliéster. Tem lavanderia piloto, também com máquinas controladas por CNC, e capacidade para desenvolver 12 pilotos por dia, informa Helson. Entre as novidades de efeito apresentadas no showroom da empresa, o diretor aponta a tela anticorrosão desenvolvida internamente para estampa em algodão, como sarja ou moletom, recomendada para aplicações localizadas por suavizar a passagem para a parte lisa do tecido.
GALERIA DE FOTOS (crédito GBLjeans)
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