Aquisição, anunciada nesta terça-feira, 18, envolveu quatro marcas controladas pelo grupo de Tufi Duek elevando o faturamento da holding catarinense para algo próximo a R$ 800 milhões

“Tenho 53 anos, duas filhas e com a decisão de vender 100% das minhas ações espero garantir um futuro melhor para elas, além de ver concretizado meu sonho de construir o maior e o mais forte grupo de moda nacional”. Assim Tufi Duek anunciou a venda das marcas Forum, Triton, Forum Tufi Duek e Tufi Duek para o grupo catarinense AMC Têxtil, dono da fabricante de malhas Menegotti e das marcas Colcci, Sommer, Carmelitas, além de licenciado para o Brasil da Coca-Cola Clothing.

Depois de sete meses de negociação, o acordo foi assinado ontem, 17, quando Duek cedeu 100% das ações do Grupo TF Modas, controlador das quatro marcas (ficou de fora a marca de Carina Duek), ao AMC. O valor da transação não foi informado. Segundo Duek, o pagamento está baseado em uma composição financeira que abrange pagamento à vista de parte do valor desembolsada com misto de recursos próprios e financiamento pelo Bradesco; participação de Duek sobre as vendas da marca do grupo TF até 2025; contrato como diretor de criação das marcas por três anos com renovação; aluguel pelo AMC de três imóveis que estão em nome de Duek (duas lojas em shopping centers de São Paulo e o imóvel onde o grupo funciona).

Segundo Alexandre Menegotti, um dos quatro sócios da AMC, a operação, as marcas, os fornecedores, a estrutura comercial do Grupo TF serão mantidos. “A partir de agora, vamos avaliar e aproveitar a sinergia possível entre as empresas, porque esse é o grande ganho de uma fusão”, afirmou Menegotti, acrescentando que todos os projetos definidos da Forum para 2008, como a inauguração de dez lojas, também serão mantidos.

No ano passado, a AMC faturou mais de R$ 500 milhões, diz o diretor sem informar detalhes, enquanto o grupo TF alcançou receita de R$ 250 milhões no mesmo período. Metade do faturamento da AMC é sustentada pelas vendas da Malhas Menegotti. Os outros 50% correspondem à área de confecção, sendo que a Colcci responde por 70%, a Coca-Cola Clothing por 18%, Sommer por 10% e Carmelitas por 2%.

Com as marcas do grupo TF, a área de confecções será majoritária na receita. Somadas as receitas do ano passado, o faturamento da AMC encosta em R$ 800 milhões. Os dois executivos fizeram questão de destacar a situação financeira saudável das empresas do grupo TF. “Não temos dívida trabalhista, fiscal ou com fornecedores”, garantiu Duek, desmentindo informações publicadas em jornais dando conta de que a empresa teria passivo fiscal. Atualmente, o Grupo TF mantém rede de cem lojas, das quais 40% próprias e 60% franquiadas, e produz em torno de 500 mil peças por ano.

A AMC Têxtil nasceu em 1980 como uma loja de retalhos fundada por Cecília Menegotti, em Jaraguá do Sul (SC). Seis anos depois, passou a produzir malha. Em 2000, deu início ao processo de verticalização ao incorporar a Colcci. A Sommer foi comprada em 2004 e a Carmelitas, em 2005. Tem, ainda, a fábrica de calçados Nefertari, que fornece para as grifes do grupo.

Atualmente, com uma fábrica de malha em Jaraguá, uma planta em Brusque (SC), uma confecção em Joinville (SC), a fábrica de calçados em São João Batista (SC), além de facções terceirizadas, o AMC Têxtil tem capacidade para produzir a cada ano: 6 milhões de peças; 15 mil toneladas de malha e 500 mil pares de calçados. Um novo pólo industrial está sendo erguido em Jaraguá, com 36 mil metros quadrados e investimento de R$ 25 milhões, para onde serão transferidas as atividades de Brusque.