Tradicional marca de moda masculina inaugurou duas lojas no novo modelo em 2020, ampliando presença no varejo próprio físico.

A pandemia de covid-19 alterou a evolução dos planos da Camelo, tradicional marca brasileira de moda masculina. A partir de 2021, a empresa planeja expandir por meio de franquias. O projeto que estava em modo de espera, surpreendentemente,
avançou em 2020, em meio à crise e a medidas isolamento para conter o avanço da doença no Brasil. A marca abriu suas duas primeiras franquias na cidade de São Paulo. Uma no Shopping Bourbon e outra no Shopping Jardim Sul.Conforme Adriano Furlan, CEO da Camelo, dois fatores explicam a procura. O primeiro tem a ver com a reação dos shopping centers à debandada de lojas. Passaram a oferecer condições e preços atraentes, de modo a ocupar espaços deixados vazios. Outro fator é, diz ele, o desejo de diversificação de uma classe de franqueados que controla mais de uma operação da mesma marca. Nesse caso, interessaria a conversão do ponto de venda para uma nova bandeira. Alguns têm franquias no mercado premium e querem avançar para o mercado intermediário. E outros têm franquia de moda feminina ou de calçado e buscam entrar em novo segmento.
As oito negociações atualmente em curso na marca se encaixam em um desses perfis. Seis delas estão em estágio avançado. Porém, Furlan considera difícil concluir alguma delas ainda este ano, quando faltam três meses para as vendas de Natal. Acredita que o canal de franquias deva evoluir em 2021.
A Camelo tem interesse em inaugurar lojas em cidades médias e grandes. Opera com dois modelos de loja. O de 70 metros quadrados tem investimento inicial de R$299 mil. O outro, com modelo de loja de cem metros quadrados, o investimento começa em R$399 mil.
VAREJO PRÓPRIO
Como laboratório para as franquias, a marca decidiu montar uma rede de lojas próprias e físicas a partir de 2014. O e-commerce está previsto para o próximo ano. Hoje atua com nove pontos de vendas, cinco dos quais de rua e os demais quatro, em shopping center. Oito lojas estão em São Paulo, duas das quais em Campinas, além de Bauru, Piracicaba e Ribeirão Preto; e três na capital. A única fora do estado é a unidade de Joinville, em Santa Catarina.
Para a rede própria, escolheu cidades com forte população universitária. Assim, investiu no segmento de costumes para formatura, de olho em jovens que começam também a vida profissional, e precisariam de roupas mais formais que as usadas no período da faculdade.
De forma a atuar com varejo próprio, a marca diversificou, então, o mix de produtos, até meados da década muito concentrado na oferta de costumes. Ainda é o forte da demanda das cerca de mil multimarcas com as quais trabalha atualmente. Mas já incluiu camisas, polos e jeans.
NOVAS COLEÇÕES
O canal multimarcas começou a ser reforçado este ano em meio à pandemia. De 12 passou para 33 representantes comerciais. Até o final de setembro, a equipe trabalha com o inverno. No final do mês, no entanto, será anunciada a nova coleção, voltada para o alto verão, conta Furlan. Para o início de 2021, a novidade em produtos será a adoção de flexiband, uma tira de elástico costurada por dentro do cós para fazer a regulagem de cintura.
De acordo com Furlan, o recurso de modelagem vai atender a tendência de usar calça de alfaiataria ou de sarja (chino) sem cinto.
A Camelo foi fundada em 1944. Tem, portanto, 76 anos. Mas desde 2012 é controlada por Furlan, quando comprou a marca.