A expectativa do fabricante é encerrar 2019 em patamar bastante semelhante ao ano anterior, a despeito dos desafios enfrentados.
Mesmo sem orçamento concluído, a Capricónio prevê crescimento em 2020. Mas não será em produção. “Será basicamente a mesma, porém, agregando maior valor ao produto. Provavelmente teremos um preço médio maior. Essa é a ideia. Ter uma margem melhor e faturamento maior com a mesma produção”, afirma Gustavo Manfredini, diretor do fabricante de denim. Ele diz que o ano será, sobretudo, de estabilização.
E de colher resultados depois de quatro anos de intensos investimentos e mudanças. “Olhando modernização (não aumento de produção), automação e renovação de máquinas teremos, sim, investimento. Mas não serão tão relevantes como tivemos com a nova linha de acabamento e aumento de produção”, esclarece. Ele também avalia que o ambiente macroeconômico tende a melhorar ainda que lentamente. “Para 2020, eu estou com uma expectativa melhor porque acho que as bases foram montadas – juros menores, inflação baixa e queda no desemprego”, aponta.
A projeção para 2019 é repetir o desempenho de 2018, pelo menos em faturamento. No ano passado, a receita líquida da Capricórnio foi de R$ 460 milhões. “Nosso faturamento em 2019 vai variar entre R$ 440 milhões e R$ 470 milhões”, estima Manfredini. O diretor não considera que tenha sido um ano ruim. Apenas que a empresa enfrentou desafios internos extras aos da economia, com mudança de marca, de produto e de posicionamento em direção à faixa considerada premium de mercado. “Isso fez com que a gente tivesse que se reinventar e trouxe mais dificuldades para 2019. Mas passou”, ressalta.
ARRECADAÇÃO PARA PROJETO SOCIAL
Como parte da campanha em torno da nova marca e dos novos propósitos, a empresa convidou 16 estilistas brasileiros para cada um construir sua interpretação de moda em jaqueta. Para isso, todos usaram a mesma base, o denim Algarve. A intenção era montar uma exposição na entrada do evento de lançamento da segunda coleção do ano. A mostra foi realizada. Só que em vez de as peças irem para o acervo, a Capricórnio vendeu as jaquetas entre os clientes.
Cobrou R$ 4 mil por cada uma delas, com a promessa de aplicar os R$ 64 mil arrecadados em um projeto social apoiado pela Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos). Foi escolhido destinar os recursos para o Centro Educacional Nossa Casa, que atende 129 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Muitos deles, filhos de imigrantes. Segundo a empresa, o projeto atende moradores dos bairros do Brás, Belém, Pari, Mooca e Água Rasa. A ação despertou interesse, e as jaquetas foram vendidas em apenas dois dias, garante entusiasmado Manfredini.
A empresa informa que a exposição das jaquetas ganhou extensão. Fica até 22 de novembro, no térreo da ala Polo do shopping atacadista do Brás, em Spaulo (SP), Mega Polo Moda.
LANÇAMENTOS POR FAMÍLIAS
A nova coleção ressalta a divisão em cinco famílias de denim: Comfort, Flat Comfort (construção cetim), Light (de 4 a 5,5oz), Original (100% algodão) e Poli Comfort (com poliéster). Para as novidades da temporada, o desenvolvimento visou lançar artigos para serem usados em modelos que ofereçam conforto a quem veste. De outro lado, buscou atender a demanda do mercado local por tingimentos que permitam variação de nuances em lavanderia mediante processos rápidos.
De tecidos que combinam algodão e elastano, a linha Comfort Denim concentrou os quatro lançamentos da estação. Um deles é o Trek, um denim moletom de 8,5oz. Tem ainda o Ibira Flex, um elastizado de 10,5oz que visa reproduzir o visual de tecido 100% algodão, de sarja marcada, com opção de tingimento black ou blue. Completam as novidades, o Medina, um puro índigo, de 10,5oz e flamê suave.