Centro investe R$ 3 milhões em estrutura para fazer testes no Brasil que antes só eram feitos no exterior.
A partir do primeiro trimestre do próximo ano poderão ser feitos no Brasil testes de flamabilidade, que avaliam a proteção dos tecidos contra chamas, atualmente só realizados no exterior. O serviço será oferecido pelo Senai/Cetiqt que está investindo R$ 3 milhões para ampliar sua capacidade para fazer ensaios físico e químico, incluindo análises de toxidade e microbiologia, fatores de proteção UVA e UVB e resistência. Essa ampliação envolve a compra de novos equipamentos, contratação de mão de obra e especialização, para a qual foi firmada parceria com o Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário de Portugal (Citeve), para o repasse de tecnologia, informou o coordenador de Serviços Laboratoriais do Senai/Cetiqt, Marcelo Gaspar de Carvalho.
Os testes de flamabilidade são exigidos para a certificação de alguns equipamentos de proteção individual –EPI, envolvendo as roupas de uso profissional, e Carvalho estima que, com a totalidade dessas análises feita no país, o custo para as empresas pode cair pelo menos 50%. O Cetiqt já realiza alguns testes nessa linha, mas, não toda gama necessária para essas certificações. Os serviços de análise de toxidade também devem ganhar força com a introdução de novas normas sobre o uso de produtos químicos tóxicos em artigos têxteis, no ano que vem. As associações das indústrias têxtil e química trabalham para a formulação dessas normas.
Com a ampliação da oferta de serviços, o número de ensaios físico e químico que poderão ser realizados pela instituição passará dos atuais 260 para 380. Atualmente são feitos 25 mil atendimentos por ano e a estimativa de Carvalho é de passar a 40 mil ou mesmo dobrar.
A instituição também está investindo na infraestrutura para formação de profissionais. No início do próximo ano, deverá contar com ampliações que contemplam lavanderia industrial, estamparia convencional e digital, tinturaria e laboratórios químicos, além de dar início à criação de uma área de fibras químicas, informa André Peixoto, coordenador de desenvolvimento tecnológico e inovação. Em uma segunda etapa, a instituição vai estruturar a oferta de serviços aproveitando essa capacitação, entre os quais, prototipagem, desenvolvimento de produto, aluguel de espaço para pesquisa aplicada.