As peças femininas são a maioria, mas tecidos elastizados começam a conquistar novas fatias de consumidores
Predominante nas coleções femininas jovens, o elastano avança para as linhas masculina e infantil. Se no primeiro caso entra em cena o fator fashion (calças skinny e slim, ultrajustas), nos dois últimos, o que motiva é o item conforto. Basta conferir: na coleção inverno 2007 da Lee, 43% das calças femininas contém elastano contra apenas 13% das masculinas. Na Wrangler, marca westernjeans, do mesmo grupo (V.F. Corporation), o percentual feminino atinge 90% e o masculino 20%.
A previsão para as próximas estações é otimista: a Lee prevê que 70% das peças femininas levarão o filamento e na masculina, 20%, conta Karina Nobre Morais, da equipe de estilo da marca. Na Wrangler, esse indicativo sobe para 100% no feminino e no masculino, por enquanto, ficará no mesmo patamar. “Temos que ir com cautela, pois, notamos uma certa resistência dos homens em relação ao elastano; eles só optam por ele depois que experimentam e comprovam a comodidade das peças”, explica Ana Paula de Souza Feitosa, do departamento de estilo da empresa. O consultor do Senac em jeans, Fernando Aidar, confirma: “Geralmente, os homens relacionam o elastano a roupas de praia e calças justas femininas, resistindo aos encantos do bem estar até usar uma peça com elastano na composição”.
Teens fashionistas
Na Deeping, confecção infanto-juvenil especializada em jeans sediada no Brás, em São Paulo, o elastano faz parte apenas da coleção feminina. “Percebemos que o público ainda não recebe muito bem peças masculinas com elastano”, justifica Georges Doumit, sócio da empresa. No infantil (de 4 a 10 anos), 10% das calças compridas e bermudas levam o filamento. Esse percentual, no entanto, sobe para 80% no juvenil (de 12 a 16 anos).
Segundo Doumit, a exigência da consumidora juvenil pela presença do fio é maior, uma vez que é mais antenada com as tendências de moda. “Elas querem usar calças justas e de cós baixo“, explica. E, nesse caso, o elastano se faz praticamente indispensável.
Na Zemar, confecção infanto-juvenil do interior paulista, o jeans com elastano está sendo utilizado pela primeira vez. O uso está restrito a 30% dos modelos da linha teen (que representa 1/5 de toda a coleção), aplicado em saias, bermudas cropped e calças capri, conta Fred Valles, estilista da marca.
Homens
antenados
Por outro lado, a Romi Roupas, que coloca no mercado 20 mil calças masculinas por mês, divididas em jeans, esportivos em sarja e alguns modelos casuais, nada contra a corrente: 60% da coleção de verão 2007/2008 levam o elastano na composição dos tecidos. Em 2000, quando a confecção começou a utilizar tecido com o filamento esse percentual era de apenas 10%. “Os próprios lojistas têm solicitado aos meus representantes produtos com elastano; acredito que o consumidor final vem sentindo e pedindo pelo conforto absoluto que o elastano proporciona”, diz Elmir Francis, diretor comercial da empresa, que tem o licenciamento da Gucci, além da marca própria, a Barlow.
Os meninos adolescentes são mais reticentes, na opinião de Wesley dos Santos Pereira, da Lei Básica Teen. “Na peças masculinas existem paradigmas a serem quebrados por ser um púbico bem tradicional”, diz ele. A marca só usa elastano na linha feminina. Entre as 400 peças da coleção toda (incluindo malhas e acessórios), 35% têm elastano.
fotos: divulgação