Empresa faz do relacionamento próximo com o mercado de ponta da moda o trunfo para expandir os negócios
Amparada pelo investimento de US$ 500 mil, aplicado anualmente em desenvolvimento de produtos diferenciados, a Suape Têxtil, que opera sob a marca Corduroy, trabalha para encerrar o ano com receita 11% maior que os R$ 120 milhões obtidos em 2005. A base que deve sustentar essa expansão são os lançamentos da próxima coleção, recheados de fios especiais, alguns importados, como o de bambu, diz Carlos Kanadani, diretor comercial da Corduroy, em entrevista exclusiva ao portal GBLJeans.
Ele acredita no sucesso das vendas dos novos produtos, por avaliar que os lançamentos atendem as tendências de vanguarda do mercado da moda. E não apenas no plano interno. A empresa embarca de um terço à metade dos 20 milhões de metros lineares produzidos por ano, entre veludo, índigo e tecidos planos (como sarjas, maquinetados e chinos). Os principais destinos são os Estados Unidos, países da Europa e do Mercosul, que compram basicamente veludo e índigo Corduroy. Os negócios com o Japão e a China começaram há questão de dois anos.
“Somos uma empresa muito antenada com a moda. Os contatos com clientes no exterior, com feiras no exterior, com escritório no exterior, com estilistas no exterior contribuíram para fazer isso com uma velocidade muito grande”, justifica o executivo. Exemplo disso é a nova linha de índigo, denominada intense blue. O tecido foi desenvolvido no Japão, onde estão as fábricas que produzem o índigo mais cobiçado ultimamente. “A nova linha tem um tingimento intenso, que produz uma lavagem muito bonita”, explica Kanadani. A empresa também investiu em novidades para a família de tecidos planos. “Além do veludo, que é uma moda muito forte hoje. Por isso, a gente imagina que este ano será melhor”, observa o diretor.
A coleção Verão 2007 ganhou destaque durante o São Paulo Fashion Week, evento dos quais é um dos patrocinadores. Para a próxima edição da Première Vision, organizada para apresentar as tendências de Outono/Inverno 2007 na semana de 19 a 22 de setembro em Paris, a Corduroy leva entre outras novidades uma pequena coleção de índigos e veludos produzidos com fibra de bambu. A primeira investida da empresa com fio de bambu foi apresentada em setembro de 2005 para a linha de veludo. “É uma matéria-prima nova; não existem grandes fabricantes de fibra de bambu”, observa o diretor da tecelagem.
Faz parte da estratégia o apoio regular a estilistas – novatos e consagrados. E os candidatos a designers. Todo ano, por exemplo, a Corduroy banca a viagem e a estadia na Europa para o melhor aluno do Curso de Moda do Senac, escolhido por ser um licenciado da Esmod (École Supériéure des Arts et Techniques de la Mode), de Paris, uma das mais tradicionais do setor. “Levamos a sério esses relacionamentos”, afirma Kanadani.
A Corduroy foi fundada em 1957, e até 1982 fabricou apenas veludo cotelê, produto que exporta desde 1969. O índigo entrou para a coleção apenas em 1982, quando a empresa comemorou 25 anos de sua fundação. Dois anos depois, ampliou o portfólio com os tecidos planos. Atualmente, conta três fábricas. Uma no complexo industrial do Porto de Suape, em Pernambuco, onde produz tecidos planos e pouco índigo, e mais duas unidades em Bragança Paulista (Interior de são Paulo), dedicadas à fabricação de veludo e índigo.