A TBC que começou representando a Ecko Unltd, incorporou ao portfólio a Sean John e, mais recentemente, a Rocawear, adaptando a produção local ao clima e ao gosto dos brasileiros
O estilo musical do rap invadiu o universo da moda, com a criação de diversas grifes de roupas. No Brasil, a TBC (The Brands Company) começou há quatro anos quando decidiu representar no país a coleção da Ecko Unltd. De lá para cá, a empresa incorporou ao portfólio mais duas marcas do segmento, a Sean John e a Rocawear. E, no próximo semestre, prepara o lançamento no mercado local da G Unit, a marca do rapper 50 Cent.
A TBC iniciou o trabalho com a marca Ecko, buscando diferenciar a marca no segmento urbanwear, pouco trabalhado no país na época. “No momento da introdução da marca, há quatro anos, os segmentos jeanswear, esportivo e surfwear dominavam o cenário jovem no Brasil. Veio daí a opção de trabalhar com um segmento diferenciado, de moda alternativa para os jovens”, conta Claudia Meirelles, gerente de marketing da TBC.
Ela explica que embora o hip-hop esteja na essência das marcas que a empresa comercializa, o perfil do consumidor são jovens antenados com moda de diferentes estilos. Para elaborar as coleções, a TBC adapta os modelos ao público brasileiro e, por isso, optou pela produção local. “Como o tipo físico e a personalidade dos brasileiros são muito diferentes da população americana, fazemos adaptações mas sem que a essência das marcas seja alterada”, afirma Elizabeth Tenani, do estilo da TBC. Assim as coleções brasileiras, ganham modelagens mais estreitas e tecidos mais leves.
Segundo Elizabeth, o fato de as grifes Sean John e Rocawear terem como proprietários os rappers Sean Combs (ex-Puff Daddy) e Jay-Z, respectivamente, acaba gerando uma aceitação maior do público. Criada pelo grafiteiro Mark Ecko, a Ecko Unltd. também entra no estilo, já que o grafite, junto com os MCs (cantores), Bee Boys (dançarinos) e DJs, compõe os quatro elementos do movimento hip-hop.
“O que os grandes astros do rap usam acaba servindo de inspiração para a maioria das coleções do segmento, já que eles são uma espécie de modelo para os jovens compradores dessas marcas”, explica Elizabeth. As linhas femininas das marcas também seguem o modelo e, na maioria das vezes, com inspiração no tipo das mulheres que aparecem nos videoclipes dos cantores de rap.
O público-alvo são jovens entre 15 e 25 anos de alto poder aquisitivo. Para chegar a esse consumidor, as marcas investem em ações de marketing que incluem o patrocínio de eventos, como shows e baladas, além de músicos e atletas; e a contratação de celebridades para as campanhas publicitárias.
“A relação das grifes com o público brasileiro é mais de adeptos da marca. Acompanhando o número de comunidades existentes (nos sites de relacionamentos sociais) e de internautas ligados no assunto se pode perceber isso com mais clareza. O país era carente nesse nicho de urbanwear e a nossa expectativa é fazer com que o consumidor tenha cada vez mais contato com as marcas, aumentando nossa rede de distribuição”, conta Claudia, acrescentando que, com o crescimento das marcas, é possível que haja a abertura de uma rede de lojas monomarca das grifes.
Os números das marcas no Brasil
· Ecko Unltd.: A marca é vendida em 600 pontos multimarcas espalhados pelo país. Para 2009, a previsão de produção é de 750 mil peças, cerca de 35% de crescimento em relação ao último ano.
· Sean John: Comercializada em 200 lojas multimarcas, a grife aumenta em 40% a produção no país em 2009, atingindo 70 mil peças confeccionadas. A grife é vendida no Brasil há dois anos.
· Rocawear: Lançada em fevereiro no país com a coleção de inverno 2009, a marca tem estimativa de produzir 50 mil peças no ano e ser vendida em cerca de 200 pontos.
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