Damyller alça novos vôos

A confecção, que administra rede própria de 54 lojas, uma das quais nos Estados Unidos, planeja crescer 6% este ano

Com a expectativa de encerrar o ano com aumento de 6% na receita, a Damyller Jeans faz chegar aos clientes, este mês, o novo catálogo da marca. Para estampar o book do verão 2007, foram escolhidos 16 looks que remetem ao tema vila dos pescadores, com peças de aspecto natural, rústico quebrado pela leveza e delicadeza dos bordados, criados pela equipe de cinco estilistas da confecção catarinense, instalada no distrito de São Bento Baixo, em Nova Veneza (cidade próxima à Criciúma).

Por administrar uma rede de 54 lojas próprias e preparando a inauguração no próximo mês de uma em Dourados (MS), a empresa não trabalha com o conceito de coleção. A renovação dos modelos é constante. “Lançamos, em média, cem modelos por mês, de forma que as lojas recebem novidades todos os dias”, explica Damylla Damiani, assessora da coordenação de produtos, e uma das herdeiras da confecção fundada em 1979 por Neocide Damiani, que tem como sócios os três irmãos – Noioda, Juarez e Sidney.

 

No ano passado, a Damyller faturou R$ 84 milhões mantendo uma média de 130 mil peças produzidas por mês. O volume fabricado é escoado integralmente pela rede de lojas, uma das quais localizada em Saugus, cidade próxima a Boston, nos Estados Unidos. Junto com as vendas para a Galerias Lafayette, de Paris (França), a exportação representa em torno de 5% do que a confecção vende.

 

Ciclo de mudanças

 

Com 27 anos, a Damyller acumula ciclos de mudanças incomuns para uma companhia de administração familiar. Sete anos depois da fundação, a empresa criada em Criciúma com dez funcionários e sete máquinas, muda-se em 1986 para o parque fabril que construiu em São Bento Baixo. Nesta mesma época, toma a decisão, mantida até hoje, de concentrar todo o processo produtivo – do desenvolvimento da modelagem ao acabamento, passando por corte, costura e lavanderia.

 

O controle estendeu-se também para a área comercial. Em 1987, inaugurou a primeira loja da marca em Criciúma. No ano seguinte, encerra as vendas feitas por representantes e dá início à formação de rede própria no varejo para escoar toda a produção. A partir da década de 90, começa a abertura de lojas fora de Santa Catarina. Em 1995, a fábrica é atingida por uma forte enchente tendo que ser reconstruída. As obras foram feitas, a empresa seguiu o rumo e três anos depois, constrói um novo pavilhão, passando a ocupar 17 mil metros quadrados de um terreno com área total de 56 mil metros quadrados. Atualmente, a Damyller emprega 1,5 mil funcionários, dos quais 600 vinculados às lojas.

Aos 25 anos, a empresa investiu na revitalização da marca e abriu a primeira loja em shopping. “Mudamos o perfil das peças, adotando o conceito de moda. Hoje temos produtos com aplicação para um público bem variado, sem abrir mão dos toques de modernidade”, afirma Damylla. Exemplo disso, diz, alguns modelos femininos apresentam quatro alturas de cintura – as baixíssimas, as baixas, as médias e as altas. Do volume confeccionado, 60% são peças básicas e 40% correspondem aos modelos diferenciados.

 

Tendências

No ano passado, a marca investiu na confecção de catálogos, contratando o fotógrafo Bob Wolfenson para fazer as imagens dos books. A coleção de verão 2007 teve produção em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro. O forte das coleções da Damyller são as peças em índigo, combinadas a malhas e sarjas coloridas. A aposta do verão são as bermudas (vários modelos em índigo, com stretch, alfaiataria pouca, em sarja color mais soltinha e com amarração no cós), shortinhos com barra italiana, muitos vestidos em malha, macacão e modelos diferentes de jardineira, avisa Damylla.

Para o desenvolvimento dos modelos, os cinco estilistas da empresa viajam em épocas diferentes do ano, o químico vai à Europa duas vezes por ano, e a empresa mantém uma funcionária morando em Paris a fim de pesquisar as tendências internacionais. Nas peças para o inverno 2007, vão prevalecer os índigos escuros, com lavagens discretas, sem muitas marcações, explica Damylla. Segue, porém, o uso de pedras nos bolsos e nas calças jeans e as aplicações em couro. As peças chegam até às lojas por meio de uma frota própria com dez caminhões, sendo que as unidades mais distantes recebem encomendas via aérea, pelo serviço de entrega da TAM.

 

Fotos
:: Vista áerea do parque fabril em São Bento Baixo (SC), acervo da empresa
:: Looks do catálogo do verão 2007 clicados por Bob Wolfenson