Em setembro, Vicunha, Santanense, Cedro e Tecnoblu mostraram a linha de produtos para o outono/inverno 2008 na Europa
Os fabricantes brasileiros que participaram da Première Vision para o outono/inverno 2008, no mês passado, fazem um balanço positivo. Para Vicunha, Santanense e Cedro, o evento facilita a aproximação com grandes compradores internacionais. A avaliação da Tecnoblu em relação ao Mod´Amont, evento realizado paralelamente, é semelhante.
Os fóruns de tendência, onde são apresentados os produtos de maior destaque escolhidos pela organização do evento, tiveram diversos produtos brasileiros expostos. Esse reconhecimento junto com o balanço positivo de contatos e vendas mostra o crescimento do Brasil no mercado europeu, avaliam as empresas. Uma das tendências que as tecelagens apontam é a procura por tecidos elastizados. “Hoje, esse tipo de tecido é necessário em todas coleções femininas e já começa a entrar também na moda masculina. Por isso, a procura pelos tecidos stretch é tão grande”, explica a diretora da Vicunha, Anna Maria Kuntz.
“Atualmente, assim como os artigos com elastano e os coloridos, o mercado está apresentando uma gama de tecidos mais estruturados e densos, sem que sejam necessariamente mais pesados. Esse tipo de tecido é o que começa a se destacar agora”, informa Rogério Gonçalves (foto abaixo), diretor de vendas e marketing da Santanense, que teve dez produtos incluídos no fórum de tendências. A gerente de marketing e moda da Cedro, Cássia Silveira, acredita que, para o próximo inverno, tecidos maquinetados coloridos e com efeitos de mercerização serão destaque.
Resultados
A Santanense registrou aumento de vendas e contatos. “Nossa participação nesta edição da Première Vision foi melhor que a anterior, quando participamos pela primeira vez. Tivemos um aumento de 50% nas visitas ao nosso estande e 25% mais em vendas, que atingiram 250 mil metros vendidos”, conta Gonçalves. A tecelagem mineira, que exporta 15% da produção, teve como destaque na feira os brins coloridos e desbotáveis.
O objetivo da Vicunha, que participa do evento há quatro anos, é estreitar o relacionamento com os clientes internacionais. “Temos escritórios na Europa, na Argentina, na China e, ainda, vendemos para toda a América do Sul. Esses eventos propiciam bons contatos com os clientes, durante os quais podemos detectar o que gostaram ou não e ter base para a elaboração das novas coleções”, explica Anna Maria. A empresa, que exporta 35% da produção, participou também da MunichFair, no início de setembro. Para os dois eventos, desenvolveu a linha Future Factory nos moldes europeus e com cores escuras no índigo e nas peças coloridas. Em referência aos 40 anos, que comemora em dezembro, a companhia usou na decoração quadros com a imagem de uma vicunha (foto abaixo), para mostrar a origem do nome do grupo têxtil.
Já a Cedro, que participa do evento pela quarta vez e teve oito produtos expostos no fórum de tendências, exporta cerca de 15% da produção, conta Cássia.
No segmento de aviamentos, são as etiquetas com cristais, as metalizadas em poliuretano e a linha de recouro (que usa sobra de couro reaproveitado) que aparecem como tendência, de acordo com Cristiano Buerger, diretor da Tecnoblu. A empresa, que exporta 2,5 milhões de peças anualmente, lançou 250 produtos em dois books diferentes durante a Mod´Amont. “Aumentamos em 77% o número de pessoas que passaram pelo nosso estande em relação à última edição, quando registramoss 92 visitas. Diversas marcas ficaram com amostras nossas e esperamos começar a fechar negócios em breve”, contou o diretor, que participou do evento pela terceira vez. Na edição de setembro, a Tecnoblu dividiu o estande e um book com a dinamarquesa MindTag, fabricante de aviamentos com a qual firmou parceria em julho.
fotos: montagem e reprodução