Projeção da consultoria para 2020 indica ainda recuo médio de 15,6% no volume de roupas vendidas no varejo por causa da covid-19.
Até meados de março, o Iemi – Inteligência de Mercado previa crescimento ano para a produção e vendas no varejo de roupas. O avanço da covid-9 pelo Brasil colocou por terra as projeções para 2020. Para a produção, a empresa de pesquisa de mercado estima queda média de 17,9%. O recuo no varejo de vestuário pode ser menor, caindo em média 15,6%. “Cada mês de comércio fechado representa 7% pelo menos de queda”, afirmou Marcelo Prado, diretor do Iemi, em webinar organizado pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).
Se as lojas de roupas puderem reabrir a partir da segunda quinzena de maio, a análise do Iemi aponta que a curva começaria a subir em outubro. No ano passado, o varejo nacional de vestuário faturou R$ 231,3 bilhões, vendendo 6,3 bilhões de peças. Do total da receita, R$ 227,3 bilhões foram sustentados pelas vendas do varejo físico, mostram as análises do Iemi. Portanto, o e-commerce que apesar de ter crescido 33% de um ano para o outro ainda muito pequena. Segundo o Iemi, 1,7% do total, ou algo como R$ 4 bilhões.
Prado observa que a participação do comércio eletrônico tende a ter um incremento em 2020 por conta da pandemia, que obrigou marcas e varejistas a correrem para usar as ferramentas de vendas online.
PESQUISA MOSTRA INTENÇÃO DE CONSUMO NA PANDEMIA
Em sua participação na videoconferência da Abit, Prado também apresentou os resultados de uma recente pesquisa de mercado realizada pelo Iemi em parceria com a Credsystem. A intenção foi apurar o impacto do novo coronavírus sobre a demanda de moda dos brasileiros. A pesquisa tratou do consumo de vestuário e calçados. Foi realizada de 31 de março a 1º de abril com 410 consumidores.
Segundo o levantamento, 67% do universo consultado não pretendiam fazer compras nas próximas semanas, nem de calçados, nem de roupas. Os demais estão divididos: 14% vão comprar roupas; 13% roupas e calçados; e 6% só calçados.
À pergunta sobre como e quando compraria, 76% afirmaram que usariam o e-commerce. Uma margem de 16% apontou que vai esperar as lojas reabrirem. E 8% preferem aguardar para ver o que vai acontecer no país. Sobre o que motivaria a gastar em roupas ou calçados, a maioria (57%) respondeu que nada. Os demais dividem-sem entre os que se interassariam por descontos relevantes (37%); frete grátis (26%); prazo de entrega curto (13%); usar cupom de desconto (12%); e outros motivos menos relevantes.
Nessa pesquisa inicial, uma boa parte dos consumidores foi clara em dizer que depois da pandemia nada mudará em seu comportamento de compras. Foi essa a resposta indicada por 40% das pessoas consultadas. Do total, 29% afirmam que comprarão de forma mais comedida. Uma parte deles, 19%, vão comprar mais pela internet e 11% só comprarão aquilo de que precisam.