Três b-boys falam da dificuldade de encontrar calças que ajudem nas manobras sem perder o estilo.
Prestes a estrear como esporte olímpico nos Jogos de Paris, o breaking brasileiro escorrega pelas ruas das cidades em busca do melhor jeans para dançar. B-boys e b-girls atraídos pelo lifestyle do hip hop encontram dificuldade para comprar calças que ajudem nas manobras, especialmente quando vivem em cidades do interior como as que compõem a região do Agreste Pernambucano.
Fazendo o caminho inverso, o GBLjeans foi ouvir os consumidores com o intuito de mostrar às marcas a demanda crescente por peças de roupas e acessórios voltados a esse público específico e as estratégias de marketing e vendas mais eficazes para atender essa procura. Esse foi o foco da palestra Novas oportunidades: invista na tendência de B-Boys e B-Girls, realizada pelo GBLjeans na Agreste Tex 2024.
No palco, subiram três b-boys. Flash é atleta de performance estando entre os cinco melhores pontuados do Brasil, mas não conseguiu estar entre os 16 do mundo que vão competir nas Olimpíadas de Paris. Ele é da cidade de João Alfredo, a cerca de 150 km de Caruaru.
Maicon e Puka são b-boys com participação ativa no coletivo Mc Street Caruaru. Disputam as batalhas e apresentações na cidade.
ENGENHARIA DE ROUPA
A atuação em segmentos de esportes urbanos radicais como o breaking exigem muito das roupas. Os três insistiram que sentem falta de calças produzidas com tecidos que pareçam pesados mas sejam leves. Nada que os fabricantes de denim e sarja do país não tenham em seus portólios de produtos.
Modelagens devem ser amplas para acompanhar os movimentos. Reforço de proteção no entrepernas e joelhos seria bem vindo. A começar por calças com entrepernas com costura, pelo menos, dupla.
Bolsos são importantes e devem ser funcionais. Servem de contenção, para que celulares não voem em plena dança. Para o fechamento desses bolsos, zíperes são os preferidos. Modelos de pressão feitos de metal podem machucar.
Camisetas de manga longa são as preferidas. Toucas com proteção de cabeça para a rotação em solo também são parte da lista. Hoje, só encontram importadas e caras.
ABORDAGEM COMERCIAL
A engenharia de roupas é parte importante a considerar pelas marcas com interesse em desenvolver jeans para dançar breaking. “Mas não funciona sozinha”, ressaltou em sua apresentação a editora do portal GBLjeans, Jussara Maturo. É preciso estar acompanhada de uma estratégia comercial mais específica, voltada a atrair novos canais de vendas, completou dando detalhes de como as marcas poderiam estruturar o canal.
Os b-boys concluíram a participação na palestra dançando com movimentos acrobáticos, dando uma pincelada do nível de dificuldade.