Marca britânica pretende estrear no mercado brasileiro via licenciamento, de modo a implantar uma rede de lojas de varejo.
A marca de jeans inglesa Lee Cooper, controlada desde 2005 pelo fundo de investimentos americano Sun Capital (também dono da Scotch & Soda), tem planos de estrear no mercado brasileiro no segundo semestre de 2013. A intenção é montar uma rede no varejo que em cinco anos atinja 85 lojas da marca, localizadas em shopping centers brasileiros, para concorrer com Levi´s e Calvin Klein Jeans, entre outros players. Para implantar esse projeto, a empresa busca parceiro local que tenha experiência comercial de varejo e em gestão de marca.
“Pode ser uma empresa de roupa em geral, de modo que a linha Lee Cooper funcione como um complemento de mix; ou pode ser uma marca nacional que deseje atuar em outro segmento”, descreve Steve Burkhadt, o executivo responsável pela área de licenciamento da marca na América Latina, e que se juntou ao time em agosto do ano passado, egresso da VF Corp., cujo portfólio contempla a Lee americana, Wrangler, Rock & Republic, Seven for All Mankind, apenas para ficar em algumas marcas de jeans. Embora a prioridade seja o contrato de licenciamento da linha de roupas da Lee Cooper, a empresa pode avaliar ainda parceria com alguma empresa de calçados, uma vez que esse representa um segmento de peso para as vendas da marca, acrescenta o executivo.
O interesse no Brasil deve-se ao crescimento da economia e, sobretudo, da quantidade de shopping centers abertos nos últimos dois anos, destaca Burkhadt. A Lee Cooper pretende direcionar as vendas para jovens de 20 a 30 anos, que gostam de moda e estejam dispostos a pagar em torno de R$ 200,00 por uma calça. Trabalha com um plano de negócios que prevê montar, em cinco anos, uma rede de varejo com 35 lojas próprias, 50 franquias e 700 multimarcas, alcançando vendas entre U$ 40 milhões e US$ 50 milhões.
As negociações giram, atualmente, na seleção de um parceiro local com experiência no varejo de moda e de franquias para gerir a marca no Brasil, pelo modelo de licenciamento, que é a estratégia adotada pela Sun Capital para operar na maioria dos mercados. “Estamos conversando com várias empresas brasileiras desde agosto”, diz o executivo da Lee Cooper. A expectativa é selar um acordo a tempo de permitir lançar a marca no Brasil no segundo semestre.
Em boa parte dos mercados em que atua, o principal canal de distribuição da Lee Cooper são as lojas de departamento. Foi o que ocorreu no México, primeiro país latino-americano com o qual firmou parceria com um distribuidor, com as primeiras vendas sendo realizadas para a Sears. O modelo comercial brasileiro na área de vestuário é diferente. Além da pulverização dos pontos de venda, as grandes cadeias de roupas que operam no país, geralmente, comercializam produtos da própria marca. Outra diferença que está sendo ponderada é manter produção local (terceirizada). “Pelo menos para calças, acreditamos que será necessário produzir no Brasil, devido às características do mercado. A parte de cima podemos importar da coleção européia”, analisa Burkhadt.
Os negócios
A Lee Cooper é uma marca britânica fundada em 1908, que experimentou o auge nas décadas de 1960 e 1970. Há sete anos, foi comprada pela Sun Capital, dos Estados Unidos, que dirigiu esforços para o crescimento da marca fora da Europa. No momento a estratégia é avançar pela América Latina. Entrou no continente pelo México, em maio de 2012. Os próximos alvos são o Brasil e o bloco Chile/Peru, sempre com parceiros locais. A Sun Capital mantém parceria na área industrial com a Red Diamond Far East, fabricante de Hong Kong, para produção de coleções globais – são quatro por ano (duas maiores e duas menores).
A expansão via licenciamento tem garantido presença da marca em cem países – só na China são cem lojas e perspectiva de dobrar a rede. O volume de vendas da marca alcança 5 milhões de jeans por ano. Em 2010, o faturamento da marca registrava cerca de US$ 275 milhões, que corresponderam a crescimento de 23% sobre 2009.
Campanha de verão
A marca lançou a coleção de primavera/verão 2013 sob o título The Makers. Mantendo a tradição, elegeu quatro jovens londrinos designers – uma ilustradora, um designer de áudio, um joalheiro e uma artista plástica – como símbolo da campanha que será lançada globalmente. Na nova coleção, a linha masculina recorre a jaqueta biker, casaco de sarja lavada, jeans com pernas largas, bolsos integrados e outros funcionais, tons de terra, cru e azul clássico.
A linha feminina opta pelo estilo rockabilly da década de 1950, lançando vestido chemise com bolsos embutidos nas laterais, camisa polka dot – de bolinhas, em índigo -, calças cropped e carrot coloridas e com pespontos em destaque; jeans vermelho-cereja; e shorts curtíssimos em sarja colorida e com lavagens iluminadas. Jaqueta de couro clássica complementa a coleção.