Do total de lojistas dos dois shopping atacadistas do grupo, 300 atuam com denim.
Ao lançar uma série de ações temáticas para incrementar vendas neste primeiro semestre de 2023, o grupo dono do Mega Moda, com dois grandes shopping atacadistas na região da 44, em Goiânia, dedica maio às marcas de jeans com lojas nos empreendimentos. Até o final do mês, a praça de eventos do Mega Moda Park manterá um grande painel com ilustração desenhada digitalmente reproduzindo recortes de denim.
À frente do painel, construído em cinco partes, mantém a exposição de looks com jeans de 14 marcas com lojas no Mega Moda. Na área do local, o shopping também cedeu ainda uma loja para ação de pop-up store da lavanderia John Cler que em 2 de junho promove mais uma edição de seu evento Casa Denim. O shopping escolheu o mês em função da celebração do Dia do Jeans, em 20 de maio, que este ano caiu num sábado, dia de grande movimento na região.
Em abril, por exemplo, o empreendimento trabalhou ação para promover vendas para o Dia das Mães. Para cada campanha, o Mega Moda convida grupo de 15 compradores de diferentes partes do país, indicados pelos próprios lojistas, explica Felipe Braga, diretor comercial e marketing do grupo Mega Moda.
Ele conta que os dois centros atacadistas reúnem 1,5 mil lojistas, sendo 1,2 mil instalados no Mega Moda Shopping, o mais antigo, e 300 lojistas no Mega Moda Park. Do total, 80% são confeccionistas. E 300 são marcas de jeans.
MULTIMARCAS NO DIGITAL
No grupo de compradores de jeans, o GBLjeans conversou com dois lojistas do Pará e uma do Paraná. Os três com experiências muito diferentes. Solicitados a comentar o que gostariam que os fornecedores mudassem, os três mencionam sem muita ênfase melhora de qualidade de produtos e prazos mais alongados de pagamento. Destacam o forte aumento dos preços de roupas, não só em Goiânia, que, aparentemente, não encontraram dificuldade de repassar.
Hernanda Julian Oliveira criou a Rosa Chá Store há cinco anos, uma multimarcas de modinha em Canãa dos Carajás, no Pará. Direciona o mix para mulheres de 17 a 30 anos. Com apenas 26 anos, ela prepara a abertura de um mais uma loja na cidade. O ponto atual será mantido para vender calçados e acessórios que combinem com as roupas que comercializa.
Ela se beneficia da bolha de dinheiro inflada pela abertura da mina de cobre da Vale na cidade há quase uma década. Diferentemente de seus colegas, Hernanda só vende à vista e usa fortemente o Instagram para impulsionar os negócios. “Poucas clientes entram na loja para saber o que tem. Elas chegam já sabendo o que querem”, afirma. Pouco viaja para fazer compras. Os pedidos são feitos à distância.
MULTIMARCAS TRADICIONAL
Também do Pará, de Floresta do Araguaia, cidade com uma das maiores produções de abacaxi do país, Ronaldo Batista da Silva começou como sacoleiro em 2001 e há quatro anos fundou a Milla Confecções, outra multimarcas de modinha, sobretudo para mulheres e poucas opções para homens. O plano dele é morar em uma cidade maior da região ainda este ano, onde abriria mais uma loja. Mas já nasceria vendendo à vista. “Cansei do fiado, de promissória”, diz, porque as pessoas costumam atrasar o pagamento.
Mesma queixa é mencionada por Ivonete Cândido Ferreira, da Pyetra Modas, de Campo Mourão, no Paraná. Ela tem a loja há 18 anos, vendendo roupas para homens, mulheres e crianças. Considera que o mais difícil é o controle das contas, uma vez que praticamente 100% das vendas que realiza é feita por crediário, e sem perspectiva de alterar o meio de pagamento sob o risco de perder a clientela. Adotou um método rígido de controle, pelo qual só depois do fechamento do caixa ao final do mês decide quanto vai investir nas próximas compras, salienta.
EXPANSÃO DO PARK
Felipe Braga, diretor do Mega Moda, conta que o Park é um shopping atacadista “inacabado” no sentido de que foi projetado para expansão por etapas. Atualmente, são 300 lojas, mas o plano da empresa é atingir 500 pontos. Para o segundo semestre, o Mega Moda dedica o investimento à construção de dois pisos superiores de garagem, que quando concluídos até o início de 2024, terão capacidade para 500 vagas de carros.
O subsolo ficará reservado, então, para o estacionamento de ônibus com as excursões trazendo compradores, com 80 vagas. Nesse piso, o entorno é ocupado atualmente pela operação de expedição de vendas à distância de 20 marcas, além do CD do programa Cinturão da Moda. Outras sete estão em instalação.
Entre os novos serviços implantados no Park, Braga cita o estúdio fotográfico para atendimento aos lojistas, em parceria com um fotógrafo profissional da cidade. Também menciona uma nova área que o Mega Moda dedica para serviços de bem estar, que inclui a futura instalação de uma policlínica, com médicos de diferentes especialidades.
Conforme o executivo, janeiro e fevereiro foram meses bons, medidos pelo fluxo de compradores nos dois empreendimentos. Porém, março, abril e maio se mostraram mais retraídos. Para se adaptar ao momento difícil da economia, o grupo enxugou a estrutura, reduzindo o quadro de pessoal de 130 para 80 colaboradores.
Braga prevê que o fluxo de compradores volte a melhorar no segundo semestre com a mudança de coleção.