Figurino da nova turnê da cantora, prevista para agosto, levará a assinatura da estilista Letícia Manzan que descobriu o denim há cerca de dois anos
Em autoproclamada nova fase, a compositora e cantora Paula Fernandes que faz sucesso com músicas do sertanejo romântico já começa a abandonar os babados exagerados e muitas rendas para se vestir de denim. O visual repaginado será a marca da turnê Jeans que está em preparação, com estreia prevista em agosto, e para essa transição Paula chamou a estilista Letícia Manzan, de quem usou um vestido no Baile da Vogue em fevereiro, para assinar o figurino em denim.
“Começamos com três modelos e agora serão seis”, conta entusiasmada Letícia, que ganhou fama com requintadas peças de festa bordadas à mão. Segundo a divulgação da cantora, a turnê leva o nome Jeans porque se trata de “algo atemporal, presente na vida de todos, pode ser casual, chique e despojado, sem restrições de uso, assim como a música de Paula Fernandes”. O convite para essa empreitada surpreendeu Letícia e representa mais um dos muitos reflexos proporcionados pela decisão de entrar no mundo do denim, mercado que só veio a conhecer há questão de dois anos.
Ela foi uma das convidadas do CanatibaLab, projeto do fabricante têxtil de levar o denim para segmentos da moda que nunca trabalharam com o tecido. Nesse trabalho, Letícia criou versões em denim de vestidos de festa. Gostando dos resultados, decidiu avançar até manter uma linha comercial de jeans de luxo, identificado pelos bordados, que combinam linhas, cristais e strass. A decisão foi boa para os negócios.
FRONTEIRAS MÓVEIS PARA O LUXO
Um shorts finamente decorado da marca Manzan não custa menos que R$ 800. “Mas com pagamento parcelado em seis vezes, pode ser comprado por aquela menina que queria ter Manzan e não podia”, argumenta Letícia, animada com a possibilidade de abrir o espectro de atuação para além de mulheres da classe A. Um vestido na Manzan, a marca de roupas prontas da estilista (a grife Letícia Manzan é para roupas feitas sob medida, como vestidos de noiva) pode custar R$ 12 mil. Ao mesmo tempo, conta, clientes tradicionais chegam para comprar um vestido de festa e saem com a jaqueta jeans bordada.
O jeans levou a Manzan a mercados nos quais não atuava com as roupas de festas. Hoje, além das duas lojas físicas de varejo (uma em Uberlândia, cidade mineira de origem de Letícia, e outra nos Jardins, em São Paulo), a estilista trabalha com 60 multimarcas, o dobro do que tinha antes do jeans. A marca entrou em butiques de luxo, que começaram pelo jeans e incluíram também a linha de festa, e as tradicionais de festa da mesma forma diversificaram o mix e acrescentaram uma linha casual.
Segundo Letícia, o jeans representa atualmente 40% da coleção da Manzan. E caminha para se tornar o carro-chefe das vendas em faturamento da empresa, superando a receita das roupas desenhadas e feitas sob medida que têm valor maior. Por coleção, a Manzan produz em torno de 3 mil peças. São duas coleções por ano. Para manter a variedade em fits, a marca tem parceria com a Di Collani, marca de jeans comandada por Vanessa Covolan, que fornece os modelos que serão transformados por Letícia e sua equipe de bordadeiras.
ALFAIATARIA E MOULAGE EM DENIM EM AGOSTO
“Nesse tempo o que mais sinto é que meu nível de conhecimento sobre o jeans é outro. Quando comecei não sabia nada”, reconhece a estilista, que agora prepara uma linha de roupas em alfaiataria usando denim com 50 peças que será lançada em agosto. A cápsula está sendo desenvolvida por ela em Uberlândia e envolve, inclusive, o uso de moulage, técnica empregada em alta-costura. Terá vestidos longos e curtos, saias, calças, shorts e blusas, conta Letícia.
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