Nova loja em São Paulo será multicanal, com CD, piso de atacado e outro de varejo.
Por dez anos, a Pit Bull manteve loja no Brás. Fechou as portas em 2020 em meio à pandemia de covid-19 dentro da estratégia de enxugar custos diante da nova realidade. Foi o marco da mudança para um novo formato de operação. Para melhor, do ponto de vista da empresa, garante Alessandra Gáspio, diretora geral da Pit Bull Jeans ao anunciar a volta da marca para o Brás em novo endereço.
Desde ontem, 17 de abril, a Pit Bull ocupa um prédio de 800 metros quadrados numa das esquinas das ruas Miller e João Teodoro. A diretora conta que a nova loja tem perfil multicanal e consumiu investimento de cerca de R$1milhão. São quatro pisos. No térreo fica a loja de atacado. O segundo piso tem atendimento ao varejo em modo omnichannel, para compra física ou retirada de mercadorias adquiridas na loja online.
Com o avanço do ecommerce que hoje sustenta 40% do faturamento da marca, a Pit Bull abre o segundo CD que vai funcionar no terceiro piso do prédio do Brás. É uma forma de dar flexibilidade na composição do custo de frete, explica Alessandra. Dependendo da região, as mercadorias compradas online podem ser despachadas a partir da capital paulista, como para cidades do estado, do Rio de Janeiro ou até do nordeste. Já o despacho a partir do CD de Goiânia pode ser mais vantajoso para o norte do país ou Minas Gerais, cita como exemplo. O quarto piso está reservado para a área administrativa.
A nova loja começa apresentando o preview da coleção de inverno.
NOVO MODELO
Alessandra comenta que as circunstâncias derivadas da pandemia levaram à empresa a uma transformação profunda. Para atendimento à carteira da loja do Brás que fechou, a Pit Bull levou a equipe para Goiânia de forma a cuidar do atendimento remoto a lojistas que continuavam a operar. Também encerrou a loja de varejo no Shopping Itaquera e o CD de Miami, entre outras medidas.
Quando foi possível, sem as limitações sanitárias, a marca passou a promover showroom itinerante para lançar as coleções. “Em uma semana vendíamos praticamente o mesmo que no mês inteiro de loja aberta. Até nisso, a gente aprendeu que antes tínhamos um custo alto”, lembra a diretora.
Se antes, os lançamentos eram semanais para pronta entrega, a partir de 2021 a Pit Bull passou a trabalhar com duas grandes coleções no ano intercaladas por duas cápsulas.
Da mesma forma, a empresa alterou o modelo industrial. Até meados de 2021, a marca fazia o corte internamente e distribuía a produção para uma rede de oficinas. A necessidade de reduzir custos levou a transferir parte da produção para PLs até a migração completa em 2022.
São oito PLs, dos quais três especializados em jeans, além de malharia e outros produtos, explica a diretora.
O mix de produtos também mudou, incluindo uma gama mais elástica de produtos. Primeiro para atender clientes que tiveram que ficar em casa, desenvolvendo produtos mais básicos que os habituais da marca. Produtos de entrada com preços mais baixos que a média do portfólio de então foram uma maneira de atrair para a loja online consumidores que gostariam de experimentar a marca, comenta Alessandra.
Com essa estratégia amparada por investimento em torno de R$500 mil por mês em marketing digital, as vendas online decolaram e ganharam relevância.
Atualmente, além da loja online e da volta ao Brás, a Pit Bull opera com 14 franquias no Brasil e duas lojas de atacado em Goiânia na região da 44. Além do canal com 2 mil multimarcas.
MELHOR ANO
Para Alessandra, 2022 foi o melhor da história da Pit Bull que completa 25 anos em maio. A produção anual variou entre 600 mil e 700 mil peças.
“Na pandemia houve uma aceleração do processo de digitalização que afetou todas as áreas do comércio, incluindo as operações de atacado. Atualmente com o mundo se restabelecendo, vejo um movimento muito forte da operação de vendas atacado retornando para o espaço físico/loja física, pois o cliente atacadista tem um perfil muito peculiar na relação com seus fornecedores. Tenho observado que o cliente gosta de tocar o produto, sentir o tecido e também tem um perfil agilista, quer comprar e já sair com o produto. O cliente atacadista está cada vez mais analítico e criterioso na hora de fazer suas compras. Não se pode mais comprar errado. Errar significa não girar estoque e isso não é mais aceitável para o negócio”, declarou Marcelo Torquato, CEO da holding que controla a Pit Bull Jeans, shoppings de atacado em Goiânia, além empresas nas áreas de construção, imobiliária e turismo, sobre a volta da marca ao Brás.
A empresa não prevê que o primeiro semestre de 2023 seja muito diferente em relação a 2022. Mas avalia que com a loja do Brás registre expansão dos negócios a partir do segundo semestre.
Sobre a diversificação do mix de produtos, a Pit Bull diz que a linha feminina continua sendo a mais forte em vendas, mantendo forte controle sobre a modelagem sexy que dá cara à marca. Para mostrar o leque, as campanhas terão sete modelos de estilos diferentes usando a mesma peça, variando a combinação do look, destaca Alessandra.
fotos: divulgação