Confecção planeja abrir loja com marca própria fora de Poços de Caldas
A confecção de jeanswear Jamer, localizada na cidade mineira de Poços de Caldas, está há 37 anos no mercado. Fora de um pólo de moda, a empresa carrega a bandeira da qualidade para se destacar. Nadando contra a corrente da terceirização, concentra toda a produção em sua fábrica com 68 funcionário fixos, que também abriga uma lavanderia onde 80% do denim produzido é beneficiado. O próximo passo da empresa é tornar a marca conhecida para o cliente final e, para isso, pretende investir nas vendas a varejo.
A Jamer começou com as vendas das calças feitas pelo então alfaiate João Medina.
O fundador da grife ofereceu as calças para um amigo vender. Os pedidos foram chegando e a marca se estruturando. Aos poucos as calças modeladas por Medina foram deixando a formalidade e se adaptando à moda. Hoje, a Jamer só vende peças em jeans. O esquema de comercialização, contudo, continua o mesmo, por meio representantes comerciais. São dez profissionais espalhados pelo Brasil que atendem lojas multimarcas.
Diversificação
A trajetória da Jamer conta, ainda, com a criação de mais duas marcas: a Fluke, de moda feminina lançada há 12 anos, e a Louys Jordan, moda masculina social, que chegou ao mercado há 4 anos. As roupas femininas surgiram como complemento da masculina, e a linha masculina social tem roupas com acabamentos elaborados, com preços um pouco mais elevados.
As vendas das três marcas somam, atualmente, cerca de 6 mil peças por mês. A capacidade total de produção é de 10 mil. A marca principal responde por 60% das vendas, a feminina por 15% e a social por 25%.
A história da empresa e seus dados são contados pelo gerente administrativo da marca Carlos Negrão, que há 16 anos integra o corpo de funcionários. “Na moda masculina, a concorrência é menor, mas não temos pretensão de expandir no feminino” explica Negrão.
Controle
Os planos de crescimento da marca têm o foco estrutural. A empresa pretende investir no varejo. “Queremos abrir uma loja no Interior de São Paulo no ano que vem, na região de Campinas, ainda não sabemos em qual a cidade”, conta o administrador. A Jamer conta com duas lojas em Poços de Caldas e decidiu que vai explorar novos mercados. A escolha do lugar para o novo empreendimento leva em conta a concentração dos maiores compradores de calças da marca.
Segundo Negrão, os dois objetivos com o varejo são: tornar a marca conhecida para o consumidor final e melhorar a rentabilidade. “O investimento em um ponto de venda próprio vale a pena em função da margem de lucro maior obtida em cada calça”, considera o gerente.
Em paralelo, a empresa reforçou a equipe comercial. Este ano, contratou três representantes: um para o Rio de Janeiro, outro para Goiás e Distrito Federal, e o terceiro para a capital paulistana.
A vontade de controlar todo o processo encontra explicação nas próprias raízes da empresa. A Jamer praticamente não terceiriza sua produção – compra em modelo de private label as camisas vendidas sob a marca Louys Jordan – que fica sob os olhos atentos do dono. Na fábrica em Poços de Caldas, além da confecção, há uma lavanderia com quatro máquinas onde o denim é beneficiado. “Arcar com os custos de confecção e de uma lavanderia compensa em função da qualidade do produto. Se terceirizarmos, não há um controle rigoroso”, avalia o gerente.
O fundador João Medina ainda participa ativamente da empresa e é dele a responsabilidade de checar a modelagem. “O conhecimento em alfaiataria o deixou muito rigoroso quanto ao padrão das calças e a equipe segue o exemplo dele”, resume o Negrão.