Concluído, volume aplicado entre 2021 e 2022 será o maior em dez anos, diz a empresa.

Até o final do ano que vem, a Santista investe entre R$40 milhões e R$50 milhões no biênio 2021/22. “É um montante significativo e é mais do que investimos em dez anos”, afirmou ao GBLjeans
Newton Coelho, diretor de negócios da Santista S.A.Ele explica que os novos sócios realizaram uma capitalização importante da empresa. Tanto que a maioria do investimento está sendo bancada com recursos próprios. “Óbvio que se tiver linhas de crédito com juros mais adequados faz sentido prazos mais alongados mas em grande parte são recursos próprios”, ressaltou Coelho.
Ao longo de 2021, a empresa investiu em modernização da tecelagem, com desembolsos que se estenderão por 2022, na compra de filatórios e outros equipamentos. A maior parte do investimento está direcionada à planta brasileira. Na unidade da Argentina, o desembolso passa por modernização da área de acabamento e em flexibilidade da fábrica.
Impulsionado por esses investimentos, o executivo diz que o planejamento da empresa para 2022 prevê crescimento, até mesmo em volume de produção. Hoje, a média é de 7 milhões de metros por mês, entre Brasil e Argentina, e incluindo denim e sarja
“Temos também alguns investimentos em transformação digital, em atualização de toda a empresa, de indústria 4.0. São todos aspectos de tecnologia da informação mais adequados ao século 21. Vêm desde 2019 e vai haver uma aceleração em 2022, desde interface com cliente até comunicação entre equipamentos dentro da fábrica”, acrescentou o diretor.
De acordo com ele, na parte fabril, os projetos de TI incluem coleta de dados automática, integração entre equipamentos, planejamento com uso de algoritmos de inteligência artificial, substituição de sistemas legados, entre outros.
ANO EM ALTA
O diretor da Santista comenta que a expectativa é terminar 2021 com capacidade plena, produzindo no patamar máximo possível.
A sombra no final de ano é a alta da inflação, tanto de insumos quanto para o consumidor. A avaliação é de que vestuário será protagonista no Natal, com as pessoas voltando a presentear roupas. “Estamos acreditando bastante que será relativamente bom”, diz ele.
A despeito da pandemia de covid-19 o segundo semestre de 2020 foi bom para a indústria que entrou embalada em 2021 e manteve o ritmo forte até setembro, lembra Coelho. “Com a inflação continuada, começa a preocupar o impacto sobre o consumo”, aponta.
Mesmo causando pressão sobre os custos, a variação cambial ajudou a empresa a aumentar as exportações.
WORKWEAR
Conforme o executivo, as vendas de workwear ficaram aquecidas em 2021, ocupando a capacidade instalada da empresa para essa linha. Ele atribui parte dessa alta de demanda a um processo de substituição de importações que beneficiou a produção local, e que se prevê permaneça em 2022.
A intenção é ampliar a oferta de tecidos tecnológicos no ano que vem. A Santista investe para lançar tecidos com acabamentos especiais, como de anti-chamas.
DENIM SUPER PREMIUM
Depois de ajustar o portfólio com o lançamento de tecidos voltados ao que chama de mercado “medium e low end”, a Santista investe na volta do desenvolvimento para a faixa dos “denim super premium”.
Cita como exemplo a cápsula lançada na semana passada, que inclui o artigo Vintage, denim pesado que remete ao 100% algodão, mas que tem 1% de elastano na composição para dar conforto. A cápsula também inclui novo denim que tem mistura com modal e tingimento azul intenso Lazuli.