A empresa que opera no sistema de private label confecciona 100 mil peças por mês para marcas consagradas como Miss Sixty e Fórum
Criada há seis anos, a Scozy opera em sistema private label e tem em sua cartela de clientes algumas das melhores marcas como Miss Sixty, Zara, Lee, Wrangler, Fórum e Triton. O segredo do sucesso é aparentemente simples. “Atendemos as expectativas dos clientes”, diz Dimas Diógenes Hoehne Júnior, fundador e presidente da confecção, que há cinco anos permite que os clientes monitorem a produção via internet.
Especialista em fazer bottons (calças, saias e bermudas), a fábrica fica na cidade de Siqueira Campos no Paraná e produz 100 mil peças em índigo e sarja por mês. Todo o processo é feito internamente pelos 400 funcionários, inclusive a parte de lavanderia, mantida numa área exclusiva com 11 máquinas. A parte administrativa e de desenvolvimento de produtos fica concentrada em Sorocaba, Interior de São Paulo.
As confecções chegam com idéia para a fabricação, mas muitas vezes a equipe de desenvolvimento da Scozy sugere algum detalhe. Para manter as confecções bem informadas, a empresa realiza viagens periódicas ao exterior e tem informantes em Portugal, na Espanha e na Itália que enviam a todo o momento as novidades sobre lavagens.
A opção por atuar no sistema de private label é atribuída ao aumento da demanda das confecções que não querem mais arcar com os custos de produzir peças internamente. O empresário conta que a operação no modelo de private label é mais arriscado que num sistema tradicional de facção, uma vez que tem a empresa tem que arcar com mais custos, como a compra dos tecidos, por isso, o custo operacional é mais elevado. Contudo, se bem administrados os riscos se tornam cifras.
Para não deixar nada falhar, a empresa faz auditorias internas constantes. “O tecido, por exemplo, é avaliado minuciosamente para não haver problemas na hora da entrega do lote de peças ao cliente”, relata. Hoehne Jr., que é engenheiro elétrico com especialização em tecnologia, decidiu investir no monitoramento rigoroso da produção via internet. “Os clientes entram no site e acompanham como está a produção deles. Assim, não tem como falar que será entregue na data combinada e chegar quatro dias depois”. O software que realiza esse acompanhamento foi desenvolvido na própria Scozy. “O comprometimento da equipe é fundamental para tudo funcionar. Hoje alguns clientes nem acompanham mais a produção porque confiam no nosso trabalho”, relata.
Antenado no mercado, o empresário está cauteloso em novas investidas. A fábrica já chegou a exportar 40% da sua produção e, hoje, nem conta mais com as vendas ao exterior como receita. O câmbio desfavorável, a invasão dos produtos chineses e os eletroeletrônicos como novo foco de consumo são responsáveis por uma atitude conservadora em relação a investimentos na Scozy. “A política atual em relação a indústria têxtil não dá brechas para o crescimento”, afirma Hoehne Jr. que prefere aguardar o processo eleitoral e as medidas em relação a indústria têxtil para fomentar mudanças na empresa.