Proteção antiestática, contra chamas e impermeáveis são os destaques das tecelagens que participam da FISP
As tecelagens buscam unir cada vez mais tecnologia e conforto. No segmento workwear, a preocupação é ainda maior em função das normas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho. Na 16ª edição da FISP – Feira Internacional de Segurança e Proteção, Cedro, Santista e Santanense mostraram seus catálogos, tecidos para atender o que chamam de chão-de-fábrica até um fino gerente de hotel cinco estrelas.
As tecelagens têm muitos produtos em comum, só o que muda é o nome. Em qualidade, as três estão no mesmo patamar. Entre os produtos de destaque estão os resistentes ao fogo, impermeáveis, e o chamado rip stop, tecido que repele água e manchas e tem a trama reforçada. Os tecidos para uniformes também incluem aqueles que atendem trabalhadores na área de serviços. Para esses, as apostas são tecidos antibacteria, que absorvem a transpiração e, com isso, reduzem o odor.
Tradicionais
Para Adilson Amorim, coordenador de workwear da Santista, o mercado de tecidos para roupas profissionais oscila conforme a economia. “Quando a economia está mais desacelerada e a indústria contrata menos, os tecidos voltados para profissionais de serviço têm mais demanda”, constata. A tecelagem trabalha com workwear desde sua fundação, há 60 anos, e tem como campeão de vendas um tecido chamado Solasol, uma sarja com alta resistência. O Sempreigual, tecido feito de 60% algodão e 40% de poliéster, cuja aparência se assemelha ao denim, também tem bastante procura.
Evelisa Anete, analista de marketing da Santanense, conta que além do investimento em tecnologia, conforto e durabilidade outro aspecto que a fábrica prioriza é a aparencia do tecido: “queremos que o trabalhador possa ir para o happy hour sem vergonha do uniforme”, revela. Na Santanense, o mais vendido é a linha service voltada para chão-de-fábrica. O Rip Stop também é bastante procurado. Entre os clientes da tecelagem estão Petrobrás e o exército brasileiro.
Uniforme espacial
Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro foi ao espaço com um uniforme feito com tecido da Cedro. A tecelagem mineira proporciona consultoria para as fábricas de grande porte que querem uniformizar seus funcionários. “investimos constantemente em tecnologia”, afirma Hermelindo Junior, analista de marketing da Cedro que apresentou vídeos com os testes feitos na Universidade de Alberta, no Canadá, para mostrar a eficiência do tecido retardante à chama e explosão. Outro teste era a aplicação de ácido sulfúrico no tecido CR – voltado para quem trabalha com elementos químicos nocivos.
Como lançamento para a FISP, a fábrica trouxe o Denim Profissional, que desbota menos que o tradicional. “O jeans surgiu como roupa de trabalho; estamos retomando isso”, pondera o analista da Cedro. O novo produto é, na verdade, uma sarja 100% algodão que já vem pré-amaciada. O urdume do tecido é mais resistente à perda da cor que no denim. “O denim era rejeitado em roupas profissionais porque desbota com facilidade. Porém, entre o jeans e outro tecido, os funcionários sempre preferem o jeans”, conta Hermelindo.
Em seu mostruário, a tecelagem coloca dois pedaços de tecido, um novo e outro submetido a 30 lavagens, para provar a eficiência do produto que perde um pouco do brilho. “Por já vir amaciado, o tecido desonera as confecções de roupas profissionais de gastos com lavanderia”, destaca Hermelindo Júnior.