A estratégia da Lenzing, que fabrica a fibra, é ressaltar o conforto propiciado pelo liocel, mesmo em misturas minoritárias, e as características de produto ecologicamente correto
Aos 16 anos, o liocel volta ao mercado brasileiro de jeans em mistura minoritária, aplicado sobre a trama do tecido. A estratégia de marketing da Lenzing, a empresa que detém a marca Tencel desde 2004, é destacar o aspecto de conforto propiciado pela incorporação da fibra celulósica na composição mesmo em percentuais que não ultrapassam a 20% e o viés ecológico de um produto feito a partir da polpa de madeira extraída de árvores de reflorestamento.
É uma forma de vencer a resistência do mercado brasileiro em relação ao Tencel, que ficou marcado no final da década de 90 como um produto caro, difícil de trabalhar e que deixa a calça jeans com aspecto desestruturado. Segundo Gilberto Campanatti, diretor técnico da Lenzing para a América Latina, no mercado internacional o Tencel não deixou de ser usado no segmento de denim e sarja. “A Armani usa até hoje jeans 100% em Tencel”, destaca o executivo. A essa grife ele acrescenta Levi´s, G-Star, Miss Sixty e Cavalli, entre outras.
No Brasil, a empresa cita a Canatiba como exemplo de mistura minoritária. A linha Blue Drift recentemente lançada pela tecelagem conta com artigos com no máximo 18% de liocel na composição. De acordo com Campanatti, a etiqueta Tencel atualmente é homologada apenas para peças confeccionadas com, pelo menos, 30% da fibra. “Mas a regra para estabelecer esse percentual é flexível porque depende muito da aplicação”, ressalta o diretor.
A fibra vendida no Brasil é importada da fábrica da Lenzing nos Estados Unidos. Mas a companhia tem outras duas plantas de produção de Tencel – uma na Inglaterra e outra na Áustria, onde fica a matriz da empresa. Entre as três unidades, a companhia produz 130 mil toneladas de Tencel por ano. No final de 2007, a Lenzing anunciou a expansão da capacidade da fábrica austríaca de 40 mil para 50 mil toneladas por ano a partir de 2008.
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