Técnica artesanal do filé obteve registro de indicação geográfica do INPI.
Artesãs de Alagoas que trabalham com o chamado bordado filé receberam no final de 2016 o registro de indicação geográfica do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) como patrimônio imaterial do estado. Agora só os itens produzidos naquela região podem ser chamados de renda filé. A técnica, que passa de geração em geração, é feita a partir de uma trama de “malha”, que recebe a aplicação dos pontos criados pelas artesãs. Os instrumentos utilizados no bordado filé são agulha em madeira e molde de bambu, telas (bastidores) em madeira sob diversos tamanhos para a esticagem da malha e a goma de amido de milho para finalização dos produtos.
O Inbordal (Instituto de Bordado Filé de Alagoas) das regiões de Mundaú e Manguaba, que compreende uma área de 252 quilômetros quadrados, buscou o selo para certificar os bordados da região que vão receber lacres fornecidos pelo fabricante catarinense Ecotag. “Temos 30 associadas – entre pessoas físicas e pequena empresa – que a partir do selo terão a garantia de autenticidade de seus trabalhos em feiras e rodadas de negócios”, diz a presidente da Inbordal, PetrúciaFerreira Lopes.
Em meados deste ano o lacre virá junto com uma etiqueta virtual contendo informações sobre a empresa ou a pessoa que criou o bordado,nome e endereço da bordadeira, tipo de fio e materiais usados, entre outros dados. Desde o ano passado cada bordadeira, ao finalizar um trabalho, preenche uma ficha técnica, disponível no site do Inbordal. “Essa ficha é digitalizada e todas essas informações virão junto com a etiqueta, permitindo a rastreabilidade da peça”, explica Petrúcia.
O Inbordal foi criado em 2009 com a colaboração do Sebrae e a participação de dez oficinas. O processo deu entrada no INPI em 2014 para o registro de indicação geográfica.