Empresa alcança condição de carbono neutro para emissões das operações de escopos 1 e 2.
Como parte de um projeto voluntário, a Brandili Têxtil avança no processo de descarbonização, tendo alcançado o status de empresa carbono neutro nos escopos 1 e 2. Isso significa que pelas ações executadas a companhia catarinense conseguiu neutralizar as emissões de gases estufa originadas tanto pela própria atividade industrial quanto pelas provenientes da geração de energia elétrica contratada.
“Na prática, a indústria têxtil calculou o total das emissões de gases de efeito estufa (GEE), reduziu onde era possível e balanceou o restante das emissões que ainda não puderam ser eliminadas através da compensação, neste caso, adquirindo créditos de carbono oriundos de um projeto de geração de energia eólica”, informa o comunicado à imprensa no qual a Brandili anuncia que avança em descarbonização.
Não pode ser considerada net zero porque as ações não se estendem ao escopo 3, que são aquelas emissões sobre as quais a empresa não tem controle direto, como as geradas, por exemplo, por fornecedores de sua cadeia produtiva.
EMISSÕES MAPEADAS
Conforme declarou no comunicado Leonir Felipe Soliman Filho, gerente de sustentabilidade da Brandili, o primeiro passo foi realizar o inventário mapeando as emissões de gases de estufa nos escopos 1 e 2. Para isso, tornou-se membro do Programa Brasileiro GHG Protocol, administrado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGVces). A empresa alega razões de cunho estratégico para não informar o volume total mapeado de emissões atmosféricas.
Mas apresenta ao GBLjeans as ações desenvolvidas, envolvendo as três unidades da empresa nas cidades de Apiúna, Otacílio Costa e Blumenau, em Santa Catarina. A maioria das ações da Brandili avança na direção da eficiência energética.
. Para gerar energia térmica (calor) utilizada nos processos, a empresa recorre à queima de biomassa em equipamentos automatizados, com monitoramento das emissões atmosféricas.
. Faz recuperação de parte da energia térmica das descargas das máquinas da tinturaria para utilizar no pré-aquecimento da água industrial empregada no mesmo processo. Para isso, instalou um trocador de calor de placas e um tanque de água quente. Conseguiu assim:
– reduzir o consumo de 59,8 toneladas por mês de biomassa (cavaco de madeira) nas caldeiras.
– reduzir a geração de 310 kg de cinzas ao mês.
– reduzir a emissão de poluentes atmosféricos decorrentes da menor quantidade de cavaco e cinzas transportados.
. Instalação de isolamento térmico em tanques, linhas de vapor, condensado e fluido térmico, de modo a conservar energia térmica durante o transporte da geração aos pontos de consumo. Resultou também em redução no consumo de biomassa e na geração de resíduos sólidos (cinzas).
. Emprego de motores com inversor de frequência e/ou chaves soft-starter nos equipamentos que utilizavam motores de indução em corrente alternada, com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica. A eliminação dos picos de corrente nas partidas resultou em redução média de 2.600 MW/ano (cerca de 30% no consumo de energia elétrica em motores), maior durabilidade de motores e equipamentos. Equivale a redução de 195 t CO2e.
. 8.639 lâmpadas foram substituídas por lâmpadas LED. Redução no consumo de 109.169 kWh/mês, com redução de 61% da potência instalada. A empresa estima que, com essa medida, aproximadamente 1.386 lâmpadas deixam de ser descartadas a cada ano; e 177,51 toneladas de CO2 por mês deixaram de ser jogadas na atmosfera.
. Energia elétrica eólica. Desde janeiro de 2022 a Brandili utiliza somente energia elétrica proveniente de geração eólica, no modelo de compensação.
foto: divulgação