Certificada GRS (Global Recycle Standard), empresa passa a vender denim reciclado em pequenos volumes pelo Banco de Tecidos
Criada no ano passado com um projeto de reciclagem e circularidade, a Cotton Move expande a atuação com foco no mercado de denim, incluindo novo canal de venda. Ao final de janeiro, a empresa obteve a certificação GRS (Global Recycle Standard) atestada pela Textile Exchange. Trata-se de um padrão internacional que define os requisitos para certificar processos envolvendo material reciclado, práticas sociais, ambientais e que contenham uso de insumos químicos. Segundo José Guilherme Teixeira, que fundou a Cotton Move, a certificação vale para todo o processo, desde a captação dos resíduos, passando pela extração das fibras, produção de fios, tecelagem e tingimento até confecção.
“Somos a única certificada nas Américas nesse tipo de processo”, ressalta o empresário. Ele também conta que a operação começa a crescer. Na segunda quinzena de março, a Cotton Move lança uma coleção e adiciona mais um canal de vendas. Firmou parceria com o Banco de Tecidos para comercializar pequenos volumes de denim feito de material reciclado e atender marcas com pouca produção de jeans ou que estejam começando.
Esse novo canal deverá fazer vendas de até mil metros por vez. Para isso, a partir da nova coleção, o tecido terá também rolos menores, que já saem fracionados de fábrica, de modo a facilitar o manuseio pelo Banco de Tecidos.
Os grandes volumes continuam sendo comercializados pela Cotton Move e pela Souza e Cambos, parceiro industrial para fiação, tecelagem e PL. José Guilherme conta que os fios para denim são produzidos com resíduos e sobras de indústrias têxteis e de confecções, captados em diferentes locais, incluindo o que sobra das operações da Souza e Cambos. Para a reciclagem, são empregados materiais de fibras naturais e sintéticas derivadas de matéria orgânica.
Por enquanto, a coleção de denim da Cotton Move tem apenas artigos rígidos. A introdução de elastano na composição é uma possibilidade, mas, não no curto prazo. Segundo Teixeira, a produção é por lotes, absorvendo em torno de 10 mil metros por artigo.