Investimento na nova estação de efluentes foi desembolsado em cinco anos e faz parte do plano de sustentabilidade da empresa.
Para dar novos passos em sua estratégia de sustentabilidade, adotada desde o final dos anos 2000, a Covolan desembolsou R$ 30 milhões no projeto de construção da nova estação de tratamento de efluentes. O sistema entrou em operação em meados do ano passado e usa tecnologia avançada. O tratamento biológico de efluentes e água é aplicado dentro de um biorreator, que funciona associado a um conjunto de filtros de membranas. O investimento foi aplicado nos últimos cinco anos, disse Jair Covolan, diretor-presidente da companhia.
O plano da Covolan é gradativamente evoluir até implantar um circuito fechado de água. “Estamos caminhando para isso”, acrescentou Jair Covolan, em encontro com a imprensa, no qual a empresa fez um balanço das ações sustentáveis desenvolvidas há uma década. Segundo o empresário, a companhia tem destinado recursos a melhorar os indicadores de sustentabilidade. “O futuro é esse. Não tem plano B”, resumiu.
TECNOLOGIA ALEMÃ
A nova estação de tratamento usa tecnologia da alemã Huber. O biorreator recebe os efluentes de toda a planta industrial e realiza a degradação da matéria que é, então, levada para a filtração. As membranas que fazem o bloqueio são finas, com o diâmetro de um fio de cabelo, daí o termo empregado de ‘membranas capilares’. Por elas, passa a água, enquanto os sólidos, incluindo bactérias, são retidos. A maior parte da água é descartada. Outra parte volta para a empresa, sendo empregada em etapas críticas do processo industrial, como o tingimento e na máquina sanforizadeira.
A nova estação foi construída com capacidade para tratar 150 metros cúbicos por hora. Atualmente, menos da metade, 70 metros cúbicos são tratados por hora, informou o consultor da empresa, James Nadin. A estação MBR (Membrane Bio Reactor) está instalada na planta industrial de denim da Covolan em Santa Bárbara d’Oeste, cidade do interior paulista.
OUTRAS AÇÕES
A empresa opera uma segunda planta em Petrolina, em Pernambuco, onde fica a fiação. A capacidade instalada alcança 48 milhões de metros de denim por ano, disse o consultor James Nadin. Emprega mil colaboradores.
O balanço de sustentabilidade apresentado pela empresa inclui oito certificações, entre as quais ZDHC (que assegura processo livre de substâncias nocivas ao meio ambiente, incluindo pessoas), e a Step da Oeko-Tex. A Covolan destaca, ainda, a decisão de substituir os corantes tradicionais para tingimento zero anilina, que entre outras vantagens não é tóxico à vida aquática. Além de usar algodão produzido por fazendas que integram o programa BCI (Better Cotton Initiative), da qual faz parte.
A caldeira da fábrica é abastecida por biomassa, recolhida no entorno e por acordos com a prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste que envia sobras de poda de árvores. A queima de material orgânico como alternativa a outras fontes de energia não tem emissão de gases CO2, garante a empresa.
Desde 2014, o fabricante tem instalada a máquina de tingimento Genius Denim, que usa nitrogênio aplicado dentro de uma câmara pressurizada para fazer a impregnação do corante ao fio.
Na parte de produto, no ano passado, a Covolan lançou o primeiro tecido da coleção voltado ao conceito de economia circular. Segundo a empresa, o artigo nasceu de uma demanda específica que chegou ao portfólio comercial, dentro da linha Revive. O Circular Denim usa fios da Cocamar produzidos a partir de materiais têxteis reciclados.
No visual se assemelha a um tecido 100% algodão. E, apesar de usar sobras têxteis, pelo tipo de construção e tingimento desenvolvidos, o Circular Denim garante padrões diferentes de lavagens, assegura a Covolan.
Na semana passada, a companhia liberou a nova versão no seu site, concebida para dar transparência a ações e processos adotados.