IAS cria selo de origem para algodão do MT

A iniciativa faz parte de um conjunto de ações dos próprios produtores para combater o trabalho escravo na região

 

 O IAS (Instituto do Algodão Social) lançou hoje, 12, na sede da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), em São Paulo, o Selo de Conformidade Social do Algodão, que atesta a origem do algodão cultivado em fazendas do Mato Grosso que respeitam as leis trabalhistas brasileiras e, portanto, não fazem uso de mão-de-obra infantil ou forçada, nem submetem o trabalhador a condições degradantes ou indignas.

 

A iniciativa da AMPA (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão) conta com o apoio da ABIT, da ANEA (Associação Nacional dos Exportadores de Algodão) e do Facual (Fundo de Apoio à Cultura do Algodão). O estado é o principal produtor e exportador de algodão do país, sendo responsável por 49% da produção nacional, informa comunicado da ABIT. A área plantada para a safra 2006/2007 ocupa 550 mil hectares.

 

As fazendas interessadas em obter o selo são submetidas a auditorias técnicas. Mas a emissão do selo depende, também, da avaliação de um comitê independente formado por representantes da ABIT, da ANEA e da empresa especializada em Responsabilidade Social – Vetor C, contratada pela FMC Agricultural Products, apoiadora do IAS desde sua fundação, em setembro de 2005.

 

O instituto foi criado para atender a exigências de compradores, entre os quais empresas européias, que pediam garantias de não haver irregularidades trabalhistas no cultivo do algodão do Mato Grosso. Isso porque em 2004, alguns produtores do estado foram incluídos na lista suja do Ministério do Trabalho, que trata de trabalho escravo. O papel do IAS é fiscalizar e orientar os produtos acerca da manutenção de relações trabalhistas justas.