A 6ª edição do relatório para o Brasil indica pouco avanço entre as 60 marcas e varejistas avaliadas.
A edição de 2023 do Índice de Transparência da Moda Brasil, elaborado pelo Instituto Fashion Revolution Brasil, indica pouco avanço de marcas e varejistas que operam no país quanto a questões como desmatamento, descarbonização e diversidade de gênero, afirma o relatório que acompanha a divulgação dos resultados do ano. Pela análise, o conjunto de 60 marcas e varejistas, mesma quantidade de 2022, obteve nesta 6ª edição da versão brasileira do índice pontuação média geral de 22%, contra 17% no ano passado. Baixa pontuação que constitui, porém, a maior média já obtida desde o início da pesquisa em 2018.
Do total de 60 marcas e varejistas, 25 delas se concentram na faixa de pontuação de 0% a 5% do Índice de Transparência da Moda Brasil de 2023. São nove a menos que em 2023, mas ainda assim correspondem a 41% do total. Nessa faixa de classificação, das 25, 16 zeraram a pontuação. “Vale ressaltar que grande parte das marcas zeradas permanece estagnada nessa posição desde que foram incluídas no índice, o que acaba resultando em uma queda da média geral, afetando o progresso de todas as marcas”, frisa o relatório de resultados.
Também pela primeira vez desde a primeira edição da pesquisa, seis marcas pontuaram acima de 60%, com C&A registrando 70%, seguida por Malwee com 68%, Dafiti com 67%, Renner e Youcom, ambas com 65%, e Havaianas com 62%. Para a C&A, a pontuação atual representa queda em relação à classificação de 2022 quando atendeu a 73% dos critérios.
DESTAQUES DA EDIÇÃO DE 2023
:: 250 pontos é a pontuação máxima que uma marca pode alcançar. Portanto, o ITMB (Índice de Transparência de Moda Brasil) geral de 22% corresponde a média de 55 pontos do total.
:: Marcas e varejistas são classificadas em 11 faixas de pontuação até os 100%. Classificação varia de 0% a 5%; 6% a 10%; 11% a 20%; 21% a 30%; 31% a 40%; 41% a 50%; 51% a 60%; 61% a 70%; 71% a 80%; 81% a 90%; 91% a 100%.
::As 16 marcas que zeraram a pontuação em 2023: Besni, Brooksfield, Carmen Steffens, Cia. Marítima, Colcci, Di Santinni, Dumond, Fórum, Havan, Leader, Lojas Avenida, Lojas Pompéia, Marisol, Moleca, Sawary e TNG.
::As 7 marcas que zerarama pontuação em 2022 e pontuaram pela primeira vez em 2023: Penalty (7%), Caedu (8%), Klin (11%), Kyly (13%), Netshoes (14%) e Trifil (29%).
:: Nenhuma das 60 marcas alcançou as três faixas de pontuação máxima.
SOBRE METAS
:: Das 60 marcas analisadas no Índice de Transparência de Moda 2023, apenas 09 divulgam compromisso mensurável e com prazo determinado de descarbonização que seja verificado pela iniciativa Science Based Targets.
:: Avanço em 2023: 06 marcas ou varejistas divulgam compromisso mensurável e com prazo determinado para o desmatamento zero (contra 0 em 2022).
:: De 60, 45% (27) publicam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) anuais
das próprias instalações. E 40% (24) divulgam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) anuais da cadeia de fornecimento (escopo3).
:: De 60, 22% publicam estratégia mensurável para a gestão de materiais sustentáveis.
:: 35% (21) publicam a quantidade de fibras que usam anualmente.
CRITÉRIOS
A pesquisa abarca 252 indicadores que cobrem tópicos relacionados a práticas de compra, salário justo para viver, igualdade de gênero e racial, circularidade, clima e biodiversidade, relação de fornecedores, desmatamento, entre outras questões.
O Índice de Transparência da Moda classifica marcas e varejistas de acordo com a quantidade de informações disponibilizadas publicamente sobre seus impactos sociais e ambientais ao longo de toda a cadeia de fornecimento. A análise começa pelo site das empresas e adicionalmente é enviado questionário que a marca responde se quiser.
Das 60, 30 responderam o questionário do Índice de Transparência da Moda Brasil de 2023. As outras 30 dividiram-se entre as 22 que não responderam ao convite e 8 que declinaram do convite.
O ITMB 2023 foi elaborado por Fashion Revolution CIC e Instituto Fashion Revolution Brasil. Para esta edição, contou com o apoio financeiro do Labora (Fundo de Apoio ao Trabalho Digno), do Fundo Brasil de Direitos Humanos e de parceiros financiadores; além do parceiro técnico ABC Associados.
O Índice de Transparência da Moda é aberto, com acesso gratuido. Clique para acessar a edição 2023.
