Projetos em diversos países, incluindo o Brasil, são voltados a cooperativas e valorização da mão de obra.
O rastreamento da cadeia produtiva têxtil, do plantio ao consumo, como em qualquer outra indústria, não é simples. O desafio do setor é dar maior transparência sobre como uma peça é produzida, da matéria prima ao recurso humano necessário, para que o produto final chegue ao consumidor de forma íntegra, sem exploração da mão de obra.
Um painel na Conferência Ethos 360º realizada nesta semana em São Paulo, apontou algumas iniciativas de empreendedorismo social com soluções para esses desafios, apresentando projetos do Instituto C&A que atua há 24 anos na área de responsabilidade social, a Ashoka que mapeia essas iniciativas em todo o mundo, e a Alinha, uma plataforma para oficinas de costura. Recentemente o Instituto C&A redefiniu estratégias de atuação, dando mais ênfase ao aprimoramento da cadeia produtiva e de fornecedores até o produto acabado, objeto de uma parceria firmada com o Instituto Ashoka.
A diretora sênior da Ashoka, Cynthia Drayton, deu alguns exemplos de iniciativas mundiais transformadoras. No Canadá, Nicole Rycroff criou um projeto para a implantação de centros educacionais em indústrias têxteis, para que funcionárias possam deixar seus filhos enquanto trabalham. Outra iniciativa, esta na Índia, é de Suraiya Paque, com o projeto Phulki, que implantou diversos centros comunitários para costureiras, onde trocam ideias, têm acesso a cursos, informação familiar e profissional. Iniciativa similar, no México, atua junto aos sindicatos têxteis oferecendo formação e apoio para produção sustentável.
No Brasil, Cynthia apontou o projeto Justa Trama, uma cooperativa de empreendimentos que trabalham nos preceitos da economia solidária, iniciando no plantio do algodão agroecológico até a comercialização de peças de confecção produzidas com este insumo, unindo cerca de 700 trabalhadores em cinco estados. “São iniciativas que começam pequenas e têm grande impacto em seus ecossistemas”, diz Cynthia.