Gradativamente, a lavanderia substituiu parte do maquinário, decidiu usar produtos químicos que trabalham a frio e, agora, avalia a instalação de painéis solares para aquecer água
A Lavanderia Mamute investe em diferentes técnicas para reduzir o consumo de energia e de lenha na produção. Nos últimos três meses, a empresa passou a usar um sistema que coleta o vapor produzido pelo calor que sai da caldeira e da área de passadoria. Aparentemente simples, a medida possibilita o pré-aquecimento da água em 45ºC. Outras providências incluíram substituição de parte do maquinário e adoção de produtos químicos que dispensem o uso de temperaturas para aplicação.
Após esses investimentos, de cerca de R$ 300 mil, a Mamute começou a monitorar o consumo de energia da lavanderia com a intenção de instalar painéis solares, que devem diminuir ainda mais o consumo de lenha nos trabalhos da empresa. “Com a instalação dos painéis solares, a água que atinge, hoje, até 45ºC com o pré-aquecimento, poderá ser esquentada em 75ºC, o que diminui muito o uso da lenha nas caldeiras”, explica Edílson Tavares de Lima, proprietário da Mamute.
De acordo com ele, as ações da lavanderia são por prevenção, já que o executivo crê numa crise por falta de lenha em poucos anos. Com a primeira parte das mudanças concluídas, a empresa já economiza 15% de energia, garante Lima. Segundo ele, o objetivo é reduzir em 30% até o fim do primeiro semestre de 2009.
Para obter essa economia, quatro secadores e uma centrífuga de 50 kg foram trocados por outros com o dobro da capacidade; duas caldeiras, de uma tonelada cada, foram substituídas por um modelo que comporta até cinco toneladas e conta com um controlador de oxigênio na fornalha.
“Coisas pequenas podem economizar muito em uma lavanderia. A substituição de processo quente por frio, por exemplo, não demanda grandes investimentos e gera boa redução de consumo”, conta o empresário. Segundo Tavares, nenhuma máquina teve de ser adaptada ou trocada para que a lavanderia pudesse trabalhar com a nova gama de produtos químicos. “Os produtos para trabalhos a frio têm um alcance maior de variação de temperatura, o que possibilita fazer beneficiamentos com a temperatura mais baixa. Só os produtos tiveram de ser trocados e o preço deles é praticamente o mesmo dos antigos, portanto, não houve investimento, só economia”, conclui o executivo.
Marcas próprias
Localizada em Toritama (PE), um dos principais pólos de produção do jeans do Brasil, a Mamute está há 19 anos no mercado. Atualmente, processa 120 mil peças mensais. Atuando principalmente na própria cidade, a lavanderia foi criada para realizar os serviços de suas marcas próprias e presta serviços para terceiros desde 1995. Hoje, 40 mil peças do volume total processado pela empresa correspondem às marcas da Mamute Confecção: Adágio e Zagnetron.
Criada em 1982, a Mamute Confecção lança quatro coleções por ano de cada uma das marcas, sendo que todas as semanas cerca de três novos modelos são adicionados para garantir a renovação da oferta. Atualmente, a empresa conta com três lojas próprias em Toritama, onde são vendidos os produtos da Adágio, que representa 40% da produção total da confecção. A Zagnetron sustenta os outros 60%, sendo apenas parte vendida nas lojas da empresa. “A maior parte da produção da Zagnetron é escoada em feiras livres, que são realizadas semanalmente em Caruaru, Toritama e Santa Cruz, por isso, sempre temos que ter novidades”, explica Tavares.