Método fotoeletroquímico elimina corantes químicos dos efluentes

Desenvolvido por pesquisadores da Unesp, o protótipo do equipamento está em fase teste para ser produzido em escala industrial

O método fotoeletroquímico foi desenvolvido para degradar os corantes químicos lançados na natureza pelas indústrias têxteis e está em fase de teste para ser aplicado em escala industrial. Além de evitar danos ambientais, o projeto visa diminuir os riscos à saúde causados pela água contaminada descartada no meio ambiente. O projeto coordenado pela professora de química analítica do Instituto de Química da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Maria Valnice Boldrin Zanoni.

Protótipo do equipamento peloqual o método fotoeletroquímico é aplicado

 

O novo método consiste na junção da técnica de fotocatálise sob efeito de uma corrente elétrica , que dentro de um reator é capaz de eliminar completamente corantes em efluentes antes de serem despejados na natureza, eliminando o risco de contaminação de reservatórios e estações de tratamento, garante a professora. “Além disso, testes de mutagênese e toxicidade têm mostrado que a água resultante do tratamento não apresenta nenhum outro problema para a saúde humana”, afirma Maria Valnice.

 Sequência completa

Para entrar em produção industrial, o protótipo passa por uma bateria de testes, já que a escala máxima atingida até o momento foi de quatro litros. “O protótipo poderá ser utilizado em ampla escala dentro do período máximo de 15 meses”, explica a pesquisadora. Segundo ela, o equipamento necessário para implementar o método é um reator fotoeletroquímico que seria submetido a uma lâmpada de radiação UV (ultravioleta), potencial ou corrente.

 Exemplo de resultado antes da aplicação (tubo com efeluente vermelho) e depois

“É um método simples, barato e rotineiro na universidade”, garante Maria Valnice. Além de descolorir o efluente por completo, o método tem índice entre 60 e 95% de mineralização do corante. O método é estudado desde 2002 e teve ajuda de alunos de mestrado e doutorado da universidade. Os testes de toxicidade e mutangenicidade dos corantes originais e seus produtos contaram com a participação das pesquisadoras Gisela Umbuzeiro (CETESB- SP) e Danielle Oliveira (FCF-USP).

Outro exemplo de antes e depois

foto: Unesp