Lavanderia deu início às obras para instalação de placas fotovoltaicas em investimento estimado em R$ 2 milhões.
Há, pelo menos, três anos a Lavanderia Pluma tem projeto para investir em energia solar. Mas só em maio deu início às obras para instalação de um parque fotovoltaico, que ocupará área de 5 mil metros quadrados no terreno vizinho que a empresa comprou nesse período. Serão montadas estruturas de alumínio para suportar fileiras de módulos de captação de energia solar, que será convertida em elétrica para abastecer a lavanderia. De saída, a empresa espera redução de 30% sobre o valor da conta mensal de luz elétrica, que gira em torno dos R$ 100 mil.
Essa é a primeira etapa do projeto, explica Ítalo Augusto Macri, diretor da Lavanderia Pluma. Conta com financiamento do Fundo Clima, programa gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nessa etapa o investimento é de R$ 2,06 milhões. Segundo Macri, os recursos do fundo somam em torno de 80% do valor do total, tendo sido financiados R$ 1,66 milhão. Os outros 20% serão desembolsados pela própria empresa, estimado em R$ 400 mil.
“Nossa ideia foi investir agora com recursos do BNDES e depois, como o terreno é próprio, vamos expandindo a estrutura com nossos próprios recursos. Até alcançar praticamente a autossuficiência”, observa o diretor. Não dá para zerar a conta de energia, porque sempre haverá a tarifa básica a pagar. “Mas, pelo menos, 90% deixaremos de pagar”, estima ele.
QUANTAS PLACAS SERÃO INSTALADAS
Quando pensou em investir em energia solar, a Pluma previa bancar os custos da implantação. Nesse meio tempo, o BNDES lançou o programa Fundo Clima e a lavanderia se candidatou. Como os recursos do programa são limitados, a empresa não teve o aporte liberado. Voltou a pensar em fazer o investimento sozinha, porém, o fundo reabriu e, desta vez, o projeto da Pluma foi aprovado. Macri explica que o BNDES só financia projetos que contemplem o uso de placas de fabricação nacional que custam mais caro que as similares importadas.
Ao realizar o projeto, a opção foi por não usar o telhado do galpão onde funciona a Pluma devido a razões técnicas. “O ambiente da lavanderia gera fumaça e vapor de gases que ultrapassam o telhado e poderiam atingir à estrutura metálica, com risco de oxidação”, ressalta Macri. A alternativa foi comprar o terreno ao lado que tem 10 mil m2. A estrutura que começa a ser montada está preparada para receber 1.520 placas, que ocuparão metade do espaço e somarão 500kWp de potência. Esses módulos ficarão interligados a cinco inversores, os equipamentos responsáveis por transformar energia solar em elétrica.
OUTROS PROJETOS DE FINS SUSTENTÁVEIS
De acordo com o diretor, a política da lavanderia tem sido a de aumentar a produtividade com sustentabilidade. “Nossa estratégia em cinco anos é da lavanderia ser sustentável usando apenas energia de fontes limpas e renováveis”, garante. O parque fotovoltaico é parte dessa meta, assim como a decisão de trocar a caldeira. A atual será substituída por um modelo movido a cavaco de lenha até o final de maio. A Pluma vai ficar com as duas, com a antiga servindo de backup em caso de necessidade.
A caldeira até então queimava lenha proveniente do bosque de reflorestamento cultivado pela Pluma em propriedade rural comprada para essa finalidade. Se antes queimava os troncos, agora, a madeira será picada. “É mais fácil de queimar”, diz Macri, estimando economia de 30% no consumo de lenha, e sem mais necessidade de comprar lenha adicional.
Hoje a Pluma opera seis máquinas de marcação a laser. Tem ainda equipamento gerador de ozônio que foi instalado no segundo semestre do ano passado. É um só, mas por ele passa toda a produção, frisa o diretor. A lavanderia processa, em média, 300 mil peças por mês.
Com parque de 15 lavadoras, a Pluma testa um aparelho nebulizador interligado a duas máquinas, que auxiliaria a reduzir o consumo de água, tempo de processo e mão-de-obra. Se conseguir padronizar a produção usando esse acessório, a intenção é instalar o recurso no segundo semestre.