Primeiro relatório sobre as atividades de formalização do trabalho informa que as marcas varejistas investiram R$ 4 milhões em 2018.
Prestes a completar dez anos de atuação, o Programa ABVtex lançou no início de julho o primeiro relatório com o balanço dos avanços no setor. O programa é uma iniciativa da Associação Brasileira do Varejo Têxtil, do qual participam atualmente 81 signatários, entre redes varejistas de moda e marcas com operação de varejo. A entidade explica que o objetivo principal da plataforma é “coibir o uso de mão de obra análoga à escrava, infantil, a utilização de estrangeiro irregular e promover a adoção das melhores práticas na cadeia de fornecimento do varejo de vestuário, calçados, acessórios e artigos têxteis para o lar.
Só em 2018, esse grupo de marcas investiu R$ 4 milhões no programa. Outros R$ 9,4 milhões foram aplicados pelos fornecedores dessas redes de lojas para realizar auditorias com a finalidade de obter o selo ABVtex, informa o relatório. O levantamento aponta, ainda, que desde 2010 os fornecedores dessa cadeia desembolsaram R$ 78 milhões em ações para atender aos requisitos da legislação brasileira.
CADEIA COMPLEXA
Para serem abastecidas, essas 81 empresas movimentam uma cadeia de 3.738 empresas, entre confecções e oficinas certificadas. Por sua vez, esse nível de fornecedores emprega 329.301 funcionários. Os fornecedores de roupas, outros artigos têxteis, calçados e acessórios, estão espalhados por 673 cidades de 18 estados.
Das varejistas que integram o Programa ABVtex, 38 marcas operam com 100% dos fornecedores aprovados, em relação a questões trabalhistas. Outras 43 marcas estão em processo de certificação da rede de fornecedores. A associação fala em marcas, e não em empresas, porque alguns grupos têm mais de uma bandeira. É o caso da Cia Hering, que tem Hering, Hering Kids, PUC e Dzarm; da Renner, que tem a Youcom; a Restoque, com portfólio que inclui John John e Le Lis Blanc, entre outros grupos de moda. Também participam hipermercados como Carrefour e Walmart, além de grifes estrangeiras, como Calvin Klein e Tommy Hilfiger, e redes de fora, como C&A e Zara.